A OMS enviou quatro vezes equipas de cientistas seniores para o Brasil "para reunir dados em primeira mão sobre a situação atual e avaliar o nível de risco para o grande número de atletas e espectadores esperados para os Jogos Olímpicos de Verão", escreveu a diretora-geral da organização, Margaret Chan.
A carta era uma resposta de Chan a um pedido da senadora americana Jeanne Shaheen para que fossem avaliados os riscos para a saúde pública da realização dos Jogos em agosto. Shaheen publicou a carta de Chan na internet na sexta-feira. "Dado o nível atual de preocupação internacional, decidi pedir aos membros do Comitê de Emergência do Zika para avaliarem os riscos de se realizar os Jogos Olímpicos de Verão tal como estão programados atualmente", disse Chan.
A chefe da OMS disse que os especialistas devem reunir-se "em breve" e prometeu publicar as suas recomendações online "imediatamente". "Os Jogos Olímpicos atraem atletas e espectadores de todos os cantos do globo e é importante que entendamos as implicações na saúde global", disse Shaheen em comunicado depois de receber a carta de Chan.
Os especialistas associam o vírus zika ao surto de casos de microcefalia na América Latina - uma malformação grave em que os bebés nascem com o perímetro cerebral abaixo da média, o que prejudica seu desenvolvimento.
O Brasil é um dos países mais atingidos, com 1.489 casos confirmados de microcefalia desde outubro passado, de acordo com dados mais recentes do Ministério da Saúde Brasileiro. O vírus zika também foi associado à síndrome de Guillain-Barré, um transtorno neurológico que causa paralisia e pode levar à morte.
A OMS já havia rejeitado um pedido de mais de 200 médicos internacionais para mudar a data ou o local dos Jogos do Rio, afirmando que isso não alteraria substancialmente os riscos de que o zika se propague globalmente.
A agência da ONU tem recomendado que as mulheres em regiões com maior presença do zika adiem planos de engravidar, e que as mulheres que têm relações sexuais sem preservativos e não desejam engravidar tenham "rápido acesso a serviços de contracepção de emergência e aconselhamento".
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