“Tivemos algumas quedas de pedras em zonas altas, na ilha do Fogo”, onde a água abriu buracos nalgumas vias da cidade de São Filipe, referiu.
Os serviços municipais “estão a trabalhar para repor a normalidade”, afirmou Domingos Tavares, em declarações à Lusa.
Ainda assim, o presidente da proteção civil assegurou que os meios de socorro estão em prontidão face à ameaça da onda tropical, uma zona de baixa pressão atmosférica, ou seja, propícia a tempestades.
“Temos preocupação. Ontem estivemos a fazer campanhas de sensibilização. Todos os comandos regionais estão alerta a comunicar com a população, estamos em sintonia, com uma forte coordenação com as corporações dos bombeiros municipais e também estamos a sensibilizar as populações sobre as normas e a conduta” nesta época de chuvas, apontou.
“Cada ilha tem a sua especificidade. Depois do histórico do ano passado, nós preocupamo-nos bastante com o município da Praia”, referiu, depois de em setembro de 2020 chover com grande intensidade, provocando a morte de uma criança, além de várias inundações, desmoronamentos e destruição de viaturas e edifícios.
Na época da chuva, de agosto a outubro, a proteção civil recomenda que a população procure abrigo em locais fora de risco de desabamento ou de ser atingido por raios, acrescentou.
O responsável disse que, até ao momento, as chuvas têm caído “de forma mansinha” e que não há registo de outros estragos além das ocorrências registadas na ilha do Fogo.
O arquipélago de Cabo Verde está desde ontem sob a influência de uma onda tropical, face à qual o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) alertou para um “agravamento significativo do estado do tempo”.
“Prevê-se a ocorrência de chuva generalizada de intensidade variável, por vezes acompanhada de trovoadas, intensificação significativa do vento e consequente agravamento do estado do mar”, anunciou em comunicado o INMG.
As condições adversas vão sentir-se até ao final desta sexta-feira “com maior incidência” nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava, no grupo de sotavento, e nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, no barlavento, conclui.
O IMNG previu em junho chuvas dentro da média para este ano e com ligeira probabilidade de precipitação acima do normal nalgumas ilhas.
De acordo com a previsão, o arquipélago terá uma “boa estação de chuvas”.
Desde 2017, o país tem enfrentado sucessivos anos de seca, com consequente redução da produção agropecuária e do rendimento das famílias, especialmente no meio rural, contribuindo também para a deterioração da segurança alimentar e nutricional e das reservas de água para abastecimento público e irrigação agrícola.
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