“Os soldados israelitas dispararam contra um comboio de ajuda humanitária quando este regressava do norte de Gaza, utilizando uma rota designada pelo exército israelita”, disse o diretor da UNRWA em Gaza, Thomas White, nas redes sociais.
Segundo White, o chefe da caravana internacional e a equipa não ficaram feridos, mas um veículo ficou danificado.
“Os trabalhadores humanitários nunca devem ser um alvo”, acrescentou, citado pela agência francesa AFP.
Uma fonte da UNRWA disse à AFP que o incidente ocorreu na tarde de quinta-feira.
Questionado pela agência de notícias francesa, o exército israelita disse que estava a verificar a informação.
O chefe das operações humanitárias da ONU, Martin Griffiths, também criticou duramente as condições em que a ajuda está a ser entregue em Gaza.
“Comboios são alvo de fogo. Atrasos nos pontos de passagem”, escreveu nas redes sociais.
Griffiths condenou o facto de os trabalhadores humanitários estarem “eles próprios a ser deslocados e mortos”.
Denunciou também que a população traumatizada e exausta estava amontoada num “pedaço de terra cada vez mais pequeno”.
“Três níveis de inspeções antes de os camiões poderem entrar. Confusão e longas filas de espera. Uma lista cada vez mais longa de produtos rejeitados”, lamentou.
Griffiths afirmou que “a situação é impossível para a população de Gaza e para aqueles que a ajudam”.
A Faixa de Gaza tem estado sob intensos ataques de Israel desde 07 de outubro, quando o grupo islamita palestiniano Hamas lançou um ataque sem precedentes em solo israelita.
O ataque causou 1.200 mortos e os comandos do Hamas fizeram mais de duas centenas de reféns, alguns dos quais foram entretanto trocados por palestinianos detidos em Israel, segundas as autoridades.
A ofensiva contra Gaza provocou mais de 21 mil mortos, segundo números divulgados pelas estruturas de saúde do Hamas, que controla o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
Além das vítimas mortais e de milhares de feridos, os constantes bombardeamentos provocaram um elevado nível de destruição no território de 2,3 milhões de habitantes, a maioria dos quais foi obrigada a deslocar-se para sul de Gaza.
A pouca ajuda humanitária tem entrado em Gaza através da fronteira de Rafah, com o Egito, a única passagem que não é controlada por Israel, mas sujeita a acordos com as autoridades israelitas.
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