Denominada “Teia Dourada”, a ação da PSP - que continua em curso - contou com a colaboração da Unidade Especial de Polícia (UEP) e da GNR, mobilizando um total de cerca 400 agentes e militares, que deram cumprimento a 37 mandados de busca e apreensão, de entre os quais 23 buscas domiciliárias.

A operação "resultou na detenção de sete homens, de idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos, por suspeita da prática dos crimes de roubo e recetação", e "na identificação de oito pessoas, que foram constituídas arguidas, pela suspeita da prática dos crimes de posse de arma proibida e recetação", de acordo com um comunicado da PSP de Aveiro que atualiza as informações anteriormente divulgadas.

Na sequência da operação, foram assim recuperados ou apreendidos "centenas de objetos furtados, nomeadamente, 28 armas [12 das quais armas de fogo], centenas de cartuchos e munições, sete veículos automóveis, largas dezenas de peças em ouro, mais de 160 mil euros, cerca de 300 gramas de estupefaciente [haxixe e liamba], dezenas de ferramentas elétricas e outras de construção civil, diversa maquinaria de apoio à agricultura, material de construção civil, eletrodomésticos de grande e pequeno porte, dispositivos eletrónicos e bens alimentares, entre outros".

Ao início da tarde, quando foram divulgados os primeiros dados, o comissário Gabriel Oliveira, chefe do núcleo de investigação criminal da PSP de Aveiro, admitiu "a forte possibilidade" de haver mais detidos, depois de terem cumprido "sete mandados de detenção".

Em declarações aos jornalistas, na altura, o comissário da PSP de Aveiro explicou que a “rede criminosa operava, entre outras coisas, em roubos a residências, agredindo as vítimas que se encontravam no interior”.

O comissário adiantou também, em relação a este grupo criminoso, que “o ‘modus operandi’ não se limitava” ao roubo das residências e se apropriavam de outros objetos, como ferramentas, alfaias agrícolas ou material de construção.

“O raio de ação deste grupo criminoso andava nos 50 quilómetros e há alguma dispersão territorial que nos dificultou um pouco a investigação. No entanto, acho que conseguimos devolver o sentimento de segurança às pessoas, porque, de facto, estes suspeitos atingiam as vítimas naquilo que mais tinham de particular: as suas residências e a sua segurança. Consideramos que cumprimos o objetivo que tínhamos”, realçou.

Gabriel Oliveira explicou também que, entre os detidos, estão não só operacionais dos crimes, mas também “alguns suspeitos de recetação do material roubado”, resumindo que as investigações ainda prosseguem.

“Não excluímos a hipótese de com as investigações conseguirmos chegar a alguns processos que até aqui não lhe estavam associados. Temos registo de mais de duas dezenas de crimes e as buscas hão de levar a outros crimes”, concluiu o chefe do núcleo de investigação criminal da PSP de Aveiro.

De acordo com a nota de imprensa divulgada, a “Operação Teia Dourada” resultou de um inquérito relacionado com a prática de vários crimes de roubo e furto em residência e roubo com arma de fogo e decorreu em 11 concelhos dos distritos de Aveiro, Coimbra e Porto (Aveiro, Águeda, Lousã, Sever do Vouga, Oliveira do Bairro, Albergaria-a-Velha, Ílhavo, Vagos, Murtosa, Porto e Matosinhos).