Paulo Gomes disse que o contacto com José Silva “foi muito breve” e não teve oportunidade para debater o processo com o cliente, funcionário do Instituto de Gestão Financeira, a trabalhar no departamento de informática dos tribunais de Fafe e Guimarães, mas desvalorizou o crime de violação do segredo de justiça.
“Não deixa de nos surpreender que haja um alarido tão grande à volta de uma violação de um segredo de justiça de um processo que está na comunicação social todos os dias”, observou o advogado, à entrada para Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.
Paulo Gomes assinalou que José Silva tem ligação ao Benfica “como adepto” e que não espera encontrar no despacho de detenção “nada que seja muito diferente do que é habitual” nestes processos, ainda que desconheça a sua extensão.
“Não faço ideia do volume do processo. Não deve ser muito volumoso, mas se o resultado das buscas e dos apensos que, eventualmente, existam forem significativos, pode ser necessário mais tempo para a preparação da defesa”, advertiu.
Na terça-feira, a Polícia Judiciária deteve José Silva e Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, no âmbito da operação ‘e-toupeira’, depois de ter realizado trinta buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa, que levaram à apreensão de relevantes elementos probatórios.
A investigação, iniciada há quase meio ano pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, averigua “o acesso ilegítimo a informação relativa a processos que correm termos nos tribunais ou departamentos do Ministério Público a troco de eventuais contrapartidas ilícitas a funcionários”.
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