De acordo com a revista Sábado, Vale e Azevedo deu entrada no passado dia 10 de setembro um requerimento para ser constituído como assistente no processo Operação Lex, que envolve figuras como os juízes Fátima Galante e Rui Rangel, assim como Luís Filipe Vieira.

A entrada deste requerimento, refere a publicação, está a atrasar a notificação da acusação dos arguidos do processo — que se arrasta há mais de dois anos —, já que todos eles e o Ministério Público têm de responder a este pedido do ex-presidente do Benfica. Depois deste processo, a constituição formal de Vale e Azevedo como assistente deverá ser decidida por um juiz do Supremo Tribunal de Justiça.

Segundo Luísa Cruz, advogada do ex-presidente benfiquista, existe da parte do seu cliente um interesse em apurar a possível intervenção de alguns dos arguidos em processos que o envolveram no Tribunal da Relação de Lisboa. Residente no Reino Unido, Vale e Azevedo foi condenado em vários processos criminais, tendo parte dos crimes prescrevido entretanto.

Refere o jornal Público que Vale e Azevedo justificou o seu envolvimento no processo ao invocar uma norma que permite a qualquer pessoa em processos de corrupção funcionar como colaborador do Ministério Público, juntando provas ou requerendo diligências.

O processo-crime Operação Lex, ainda em fase de inquérito, tem 14 arguidos e investiga suspeitas de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal. Um dos arguidos é o juiz desembargador Rui Rangel, ex-marido da juíza agora aposentada compulsivamente.

Fátima Galante e Rui Rangel são dois dos principais arguidos neste caso, que envolve, entre outros, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, e ainda João Rodrigues, advogado e ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol.