Em comunicado, a SRCOM acusa a administração de atribuir apenas dois especialistas em cirurgia geral ao Hospital, quando este deveria ter, idealmente e segundo os critérios definidos pela Ordem dos Médicos, cinco especialistas. Em resposta à Lusa, o hospital garantiu que a prestação de cuidados aos utentes está "assegurada".

"Não estamos apenas a defender as boas práticas de Medicina. Estamos, antes de mais, a defender a qualidade e segurança dos atos médicos praticados, na salvaguarda dos direitos dos utentes. É uma situação inaceitável que a Ordem dos Médicos não tolera e tudo fará para resolver", refere, em comunicado, Carlos Cortes, presidente da SRCOM.

Segundo o documento enviado pelo SRCOM, vai ser pedida uma reunião urgente aos cirurgiões do CHBV, estando também planeada para este mês uma avaliação detalhada da atividade assistencial e médica e uma visita de idoneidade formativa, que vai ser feita brevemente.

Em resposta à Lusa, o Conselho de Administração daquele centro hospitalar explica que “a classe médica portuguesa apresenta uma média de idades que ronda os 50 anos de idade, não sendo o Serviço de Cirurgia do CHBV uma exceção a esta realidade”.

Assumindo “dificuldades na realização da escala de urgência” – já que “os médicos com mais de 50 anos se encontram dispensados de prestar serviço noturno no Serviço de Urgência e aos 55 anos de idade são totalmente dispensados” – a administração garante que “esta está sempre que possível preenchida de acordo com as orientações do Colégio da Especialidade de Cirurgia da Ordem dos Médicos”.

Dizem por isso estar “assegurada a prestação de cuidados aos utentes da região de influência deste Centro Hospitalar, preocupação primordial da Direção do Serviço de Cirurgia e do Conselho de Administração”.