“Onde deveria existir uma equipa de 63 enfermeiros, 37 para a urgência e 26 para o serviço de observação, existe uma equipa de 47 enfermeiros, sendo que se verifica a existência de quatro ausências prolongadas e um enfermeiro a chefiar”, denuncia a OE num ofício enviado ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
Considerando que faltam 21 profissionais, a OE diz que “não é possível garantir a segurança na prestação de cuidados” com uma equipa de 42 enfermeiros no serviço de urgência do Hospital do Litoral Alentejo (HLA), em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, que está integrado na ULSLA,
Segundo a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, na ULSLA também “não existe estratégia e organização” quanto ao transporte de doentes críticos do litoral alentejano para unidades de saúde em Lisboa.
“Na sequência de AVC, que vai ter impacto na vida das pessoas, muitas vezes, não se transportam esses doentes [para Lisboa], porque não há enfermeiros, que são obrigados a escolher entre o transporte ou a permanência na urgência”, exemplificou, em declarações à agência Lusa.
Confrontado pela Lusa com as críticas da OE, o presidente da ULSLA, Luís Matias, assegurou que as equipas de enfermagem "estão equilibradas" e que “não faltam 21 enfermeiros” no serviço de urgência.
“Temos tido dificuldades na contratação de profissionais, mas a situação tem vindo a melhorar desde maio, com a publicação do novo decreto-lei de execução orçamental, e as substituições, que são lentas, melhoraram e as coisas estão equilibradas”, garantiu o responsável.
De acordo com Luís Matias, os cálculos da OE são feitos com base na dotação segura, aprovada pela Ordem, que estabelece um máximo de profissionais por serviço e que, no caso da urgência da ULSLA, aponta para um total de 21 enfermeiros.
“Atualmente, temos as equipas completamente equilibradas para responder à urgência, embora não esteja a ser cumprida a dotação segura, que a Ordem dos Enfermeiros estabeleceu como limite máximo, mas não está aqui e em nenhum sítio do país”, acrescentou.
Aplicando a fórmula “para cálculo único”, segundo Luís Matias, “faltam efetivamente sete enfermeiros para atingir a dotação segura, aquela que é real e não a deles [OE], que fizeram dois cálculos, um para as camas de observações e outro separado para o serviço de urgência” da ULSLA.
“Por lei todos os trabalhadores da administração pública podem fazer 150 horas extraordinárias/ano e isso significa que, dos 43 enfermeiros, se cada um fizer esse número de horas, vão cobrir cinco dos sete enfermeiros que nos faltam”, esclareceu o presidente do conselho de administração da ULSLA.
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