A despesa global em saúde aumentou 3% em 2017, equivalente a 17,3 mil milhões de euros, representando uma redução em relação a 2015 (3,3%) e 2016 (4,4%), referem os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais a despesa dos portugueses com a saúde subiu 4,5% em 2016, em especial no recurso ao setor privado.
“O que a Conta Satélite revela é que o desinvestimento na saúde continua a agravar-se, porque o Orçamento do Estado para a saúde cobre cada menos as despesas globais em saúde do país e os portugueses, tal como o relatório deixa claro, nos últimos anos, 2017 ainda vai ser avaliado, gastam cada vez mais diretamente do seu bolso ou através de seguros na saúde”, disse Miguel Guimarães à agência Lusa.
Portanto, vincou, “aquilo que é a essência do Serviço Nacional de Saúde está claramente a ser afetado naquilo que é o seu código genético, os seus objetivos primordiais, que é ser um serviço universal, tendencialmente gratuito, e equitativo para todos os portugueses”.
Miguel Guimarães considerou que, neste momento, não se conseguem cumprir estes objetivos e advertiu que se nada for feito “entre este e o próximo ano a situação vai de tal maneira agravar-se” que a despesa global em saúde vai depender em mais de 50% diretamente dos bolsos dos portugueses e menos de 50% do orçamente do Estado.
“A tendência cai nesse sentido”, disse, considerando que estes dados significam “uma chamada de atenção para o Governo” que tem que “valorizar mais a saúde das pessoas”.
Para o bastonário, o Governo “não pode continuar a ter objetivos puramente economicistas no sentido de reduzir o défice e ter uma imagem externa mais forte”.
“Eu sei que isso é importante, mas não podemos apostar tudo numa área e desvalorizar completamente as outras”, que é o que está a acontecer na Saúde, Educação e Justiça que precisam claramente e com urgência de mais investimento, defendeu.
A despesa com Saúde aumentou 3% em 2017, o que significa uma redução em relação aos dois anos anteriores, tendo atingido os 17,3 milhões de euros, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os portugueses gastaram sobretudo nos prestadores privados (40,8% em prestadores de cuidados de saúde em ambulatório e 14,3% em hospitais), em farmácias (24%) e nas outras vendas de bens médicos (10,3%).
Em 2015, as famílias suportavam já 27,7% do total de despesa em Saúde, acima da média da União Europeia, que se situava nos 15,3%.
Para Miguel Guimarães, esta tendência tem de ser contrariada, esperando que as estimativas preliminares do INE para uma desaceleração das despesas familiares em 2017 se confirmem.
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