O bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, disse à agência Lusa que vai pedir aos colégios de especialidade uma revisão “do que é a utilização da telerradiologia”, lembrando que muitos hospitais apenas fazem exames de radiologia durante a noite à distância.
“A telerradiologia não foi implementada para ser feita como está a ser. A utilização da telerradiologia tem de ser feita de acordo com as nossas normas deontológicas”, afirmou.
Miguel Guimarães lembra que os radiologistas são “médicos como os outros”, que necessitam de contacto com os doentes e com os outros médicos para realizar bons diagnósticos.
Muitos hospitais centrais estão há vários anos sem serviço de radiologia presencial durante o período da noite, sobretudo a partir da meia-noite, recorrendo à telerradiologia quando é necessário.
Um dos casos mais recentes apontado pela Ordem e também pelo Sindicato Independente dos Médicos foi o do hospital de São José, que deixou de ter radiologistas em presença física durante a noite, recorrendo à telerradiologia.
Mas no Norte do país, por exemplo, os hospitais já só recorrem à telerradiologia durante o período noturno há muitos anos.
O bastonário dos Médicos recordou ainda o caso recentemente divulgado no Centro Hospitalar do Oeste, em que uma doente acabou por morrer depois de ter sido examinada por telerradiologia.
O caso ocorreu em dezembro de 2015, mas foi no mês passado alvo de uma recomendação da Entidade Reguladora da Saúde e ainda está a ser alvo de análise pela Ordem.
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