Esta é uma proposta que, inclusive, já foi apresenta ao Governo. Do ponto de vista da Ordem, é necessário "garantir que a maioria do capital social das clínicas de Medicina Dentária seja propriedade de médicos dentistas, no lugar de empresas ou grupos económicos com uma visão meramente comercial da profissão".

A medida proposta ao Governo de António Costa surge no seguimento de várias denúncias feitas à OMD de "má prática profissional, publicidade enganosa, tratamentos desnecessários, inacabados ou sem acompanhamento médico", sendo que a Ordem acredita que existe uma "relação estreita destes casos com uma lógica meramente mercantilista da atividade e lesiva do interesse dos utentes".

“A Medicina Dentária não é um negócio. É uma atividade médica regulada por rigorosas regras éticas e deontológicas. Por isto, entendemos e defendemos que a Medicina Dentária não pode estar sujeita às mesmas regras de outros negócios de atividades meramente comerciais”, afirma Miguel Pavão, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, para quem o exemplo da Dinamarca deve ser replicado em Portugal: “A maioria do capital social das clínicas é propriedade de médicos dentistas. Isto salvaguarda os princípios médicos, o código deontológico e, acima de tudo, os interesses dos utentes e da saúde pública”.

Esta, refira-se, não foi a única proposta avançada pela OMD, dado que esta também pretende "incluir na alteração dos estatutos das ordens profissionais, em curso na Assembleia da República, um registo obrigatório de todas as sociedades de profissionais e multidisciplinares que prestem serviços de medicina dentária. Este registo vai conferir à OMD os instrumentos necessários para o exercício das competências disciplinares".