Acabar de formar o governo
O primeiro trabalho de Theresa May é formar o governo, uma tarefa complexa devido às ruturas entre os conservadores durante a campanha para o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.
A principal nomeação até ao momento foi a do ex-mayor de Londres e figura-chave do Brexit, Boris Johnson, como ministro das Relações Exteriores. May escolheu ainda David Davis, outro defensor do Brexit, para negociar o divórcio com a União Europeia (UE).
Para a pasta das Finanças, cargo crítico no contexto atual, May escolheu Philip Hammond no lugar de George Osborne.
Iniciar um processo de divórcio
Theresa May defendeu a permanência do Reino Unido na UE durante a campanha do referendo, mas garantiu que implementará o Brexit e que fará dele "um sucesso". "Brexit significa Brexit", garantiu.
Esta semana, May adiantou que não vai ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa — que desencadeia o processo de saída da UE - antes do fim do ano, mas está sob pressão, já que os líderes europeus exigem ao Reino Unido que defina a sua posição.
'Negociar o melhor acordo'
May comprometeu-se a "negociar o melhor acordo para o Reino Unido que sai da UE, e estabelecer um novo papel para o país no mundo".
Aqui, a maior dificuldade será conciliar o acesso ao mercado único, economicamente muito relevante, e a livre circulação de pessoas, algo que levou muitos britânicos a votar a favor da saída do país do bloco dos 28.
Impulsionar a economia
Theresa May tem igualmente de conseguir transmitir segurança aos investidores, num momento em que a libra recua perante o dólar e o Banco da Inglaterra deu os primeiros indícios de riscos para a estabilidade financeira.
A queda da libra impulsionou as exportações, mas desde o anúncio dos resultados do referendo vários fundos imobiliários suspenderam as suas operações, e muitos bancos estudam levar para outras praças os centros que mantinham em Londres.
Embora a nomeação de May tenha acalmado subtilmente os mercados, a incerteza vai durar até que as negociações sobre a saída da UE sejam concluídas, o que complica a tarefa de evitar uma recessão.
Unir o Partido Conservador
Theresa May herda um panorama político complexo, com um partido dividido entre os defensores e os críticos do Brexit. Como resposta, May integrou no Governo pesos pesados que defendem a saída da UE, como Boris Johnson.
A campanha do referendo foi dura, com traições e trocas de insultos. As águas acalmaram desde que May segurou a liderança do partido, um sinal de que o partido poderá cerrar fileiras para enfrentar a adversidade.
Manter a coesão
Uma das "principais prioridades" de May será manter a coesão do Reino Unido, depois de um referendo favorável à saída do país da UE que poderá incentivar os escoceses - maioritariamente a favor da permanência do Reino Unido no bloco dos 28 - a levar a cabo um referendo independentista.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse em Bruxelas que a Escócia continuará a "desempenhar o seu papel numa Europa mais forte".
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