O partido exige, desde logo, "medidas preventivas para controlo do surto" e, através do seu grupo parlamentar, representado pela deputada Mariana Silva, entregou uma série de perguntas na Assembleia da República, dirigidas ao Ministério do Ambiente, questionando os motivos para a fonte de infeção ainda não ter sido detetada.
"Os Verdes encaram com muita preocupação a falta de informação atualizada sobre ações e procedimentos inspetivos concretos, por parte das autoridades de saúde e demais entidades com responsabilidade ambiental, junto de empresas e organismos por forma a averiguar a possível relação de causalidade entre a infeção e o funcionamento de torres de refrigeração existentes na área afetada", pode ler-se num comunicado do partido.
Os ecologistas estranham, também, a falta de informação sobre "eventuais medidas de precaução para garantir, por exemplo, a suspensão da atividade de torres de refrigeração e de outros equipamentos passíveis de constituir risco", considerando que o processo tem sido gerido com "pouca transparência".
"Para o PEV, decorridos já nove dias do conhecimento público do primeiro caso de infeção por ‘legionella’ em Vila do Conde, a abordagem a este surto tem-se pautado pela falta de transparência, de rigor e até da pedagogia na informação tornada pública nesta matéria que está a gerar grande insegurança junto da população de Vila do Conde e dos concelhos limítrofes", acrescenta o PEV no mesmo texto.
Nesse sentido, "Os Verdes" questionaram o Ministério do Ambiente sobre "quantas empresas existentes na área afetada pelo surto dispõem de torres de refrigeração" e se as mesmas, ou outras com equipamentos passíveis de constituir fonte de contaminação por ‘legionella’, "estão a ser alvo de estudo, inspeção e/ou solicitação do registo de autocontrolo de emissões".
O PEV quer também saber "quantas ações inspetivas ambientais (regulares e extraordinárias) foram feitas, na área identificada pelo surto, a torres de refrigeração existentes em empresas e organismos detentores de licença ambiental", bem como quantos elementos dedicados à inspeção ambiental existem na área norte do país.
Por fim, o partido questionou "o motivo pelo qual as autoridades de saúde, em articulação com Ministério do Ambiente, não tenham determinado, até à data, a suspensão da atividade das torres de refrigeração, balneários e piscinas na área afetada de modo a agir preventivamente face a esta possível fonte de infeção".
Desde 30 de outubro, o surto de ‘legionella' que tem afetado os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim já infetou 67 pessoas e causou sete mortes, sendo que 42 continuam internadas em três unidades hospitalares da região.
Na quarta-feira, o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
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