As temperaturas médias ficaram “quase 2ºC acima do período de referência, 1991-2020”, precisa o comunicado.
O serviço europeu, que não dispõe de dados comparáveis antes do período 1991-2020, já tinha anunciado que o verão de 2022 foi o mais quente já registado (1,34ºC acima do normal).
“As graves consequências das alterações climáticas são evidentes e precisamos de ações climáticas ambiciosas na COP27, para garantir a redução das emissões com o objetivo de estabilizar as temperaturas num nível próximo dos 1,5 graus fixados pelo acordo de Paris”, disse Samantha Burgess, diretora adjunta do programa da UE, citada pela agência France-Presse.
A 27.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, para tentar travar o aquecimento do planeta, está a decorrer em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.
Segundo o Copernicus, “uma vaga de calor levou a temperaturas diárias recorde na Europa ocidental e a um mês de outubro sem precedentes na Áustria, Suíça e França, bem como em grande parte de Itália e de Espanha”.
O continente europeu é o que regista um aquecimento mais rápido no planeta.
Nos últimos 30 anos, a Europa registou um aumento das temperaturas de mais do dobro da média global, com um aquecimento médio de cerca de +0,5 graus celsius (ºC) por década, segundo um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Copernicus divulgado há uma semana.
Em outubro, nalgumas partes do continente, o calor anormal juntou-se, como no verão, à falta de chuva. “O clima estava mais seco do que a média na maior parte do sul da Europa e no Cáucaso”, assinala o comunicado.
Inversamente, “no noroeste da península ibérica, em regiões da França e da Alemanha, no Reino Unido e na Irlanda, no noroeste da Escandinávia, numa parte significativa da Europa do Leste e no centro da Turquia, o tempo esteve mais húmido do que a média”.
No resto do mundo, o Copernicus assinalou que “o Canadá registou um calor recorde, tendo sido igualmente observadas temperaturas muito mais altas do que a média na Gronelândia e na Sibéria”.
“As temperaturas mais frias em relação à média foram registadas na Austrália, no extremo leste da Rússia e em partes da Antártida Ocidental”.
Desde o final do século XIX, a Terra aqueceu quase 1,2ºC, com cerca de metade do aumento a ocorrer nos últimos 30 anos. Este ano poderá ser o quinto ou o sexto mais quente já registado, apesar do impacto desde 2020 do fenómeno climático “La niña” — evento periódico e natural no Pacífico, que arrefece a atmosfera, segundo a AFP.
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