“Com esta reunião demos passos importantes na revisão do Plano Estratégico de Cooperação de Saúde [PECS-CPLP] da comunidade, fazendo um trabalho que permite que esse plano seja cada vez mais ajustado aos problemas de saúde dos nossos respetivos países, que seja um plano pragmático (…) daquilo que são esses desafios”, afirmou o ministro da Saúde e da Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo Nascimento do Rosário.
O ministro cabo-verdiano falou no encerramento da V reunião de ministros da Saúde da CPLP em representação da presidência rotativa da organização.
“Os pontos fundamentais que nós acordámos dizem respeito à saúde, nomeadamente no reforço institucional de uma forma geral, mas também o alinhamento desse plano estratégico conjugativo do desenvolvimento sustentável”, referiu o responsável governamental.
Arlindo Nascimento do Rosário disse que a questão do financiamento para a implementação do PECS-CPLP foi também discutida, afirmando que esta deve passar pelas contribuições dos Estados-membros, mas igualmente junto dos parceiros internacionais.
“Foi discutida também a questão do financiamento para a implementação deste plano estratégico e creio que houve um alinhamento claro para que possamos encontrar respostas aos desafios”, afirmou o cabo-verdiano.
O diretor da cooperação da organização lusófona, Manuel Lapão, explicou que a declaração assinada hoje, a Declaração de Lisboa, “corresponde ao desejo que os ministros da Saúde da CPLP têm em reforçar a cooperação comunitária nesse âmbito”.
“Esta área da saúde é uma área que tem bastante tradição de cooperação no espaço da CPLP”, vincou Manuel Lapão, defendendo que se trata de uma área “pioneira na forma como a organização reenquadrou todo o seu dossiê de cooperação”.
Manuel Lapão acrescentou que o PECS-CPLP está “alicerçado em alguns eixos” que são “fundamentais para a melhoria dos sistemas de saúde pública dos Estados-membros, com um enfoque muito particular na capacitação dos recursos humanos em saúde” e na partilha de conhecimentos e experiência.
“Por exemplo, [podemos] trabalhar o problema da malária com São Tomé e Príncipe, que teve a determinada altura da história uma incidência grande dessa doença” ou com “a questão do zika e do dengue com o Brasil e depois os surtos que houve de dengue em Cabo Verde”, declarou, considerando que “é interessante porque têm experiência de terreno que podem partilhar com os demais” Estados-membros.
O responsável pela cooperação da CPLP reforçou que o financiamento é a “principal dificuldade” que a organização vai enfrentar para a implementação do plano, defendendo que o orçamento de 1,2 milhões de euros que foi distribuído ao longo de 10 anos foi escasso.
“Muita coisa foi feita à conta do esforço e da capacidade das entidades assessoras que connosco trabalham, que aplicam recursos próprios em prol da CPLP”, referiu, dando o exemplo do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Fundação Osvaldo Cruz, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, entre outras.
O documento foi assinado pelos ministros da Saúde de Cabo Verde, de Portugal (Marta Temido), do Brasil (Luiz Henrique Mandetta), de Angola (Sílvia Paula Valentim Lutucuta), da Guiné-Bissau (Magda Nely Robalo Silva), de São Tomé e Príncipe (Edgar Agostinho das Neves), pelo vice-ministro para o Desenvolvimento Estratégico da Saúde de Timor-Leste (Bonifácio Mau Coli dos Reis) e pelos representantes permanentes junto da CPLP da Guiné Equatorial, Tito Mba Ada, e de Moçambique, Joaquim Casimiro Simeão Bule.
A próxima reunião dos ministros da Saúde da CPLP deverá ter lugar em Angola, em 2021.
A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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