“O alojamento estudantil tem de ser uma prioridade. Precisamos de ter mais oferta pública e também que o próprio Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ajude precisamente a aumentar o número de camas disponíveis”, disse Inês de Sousa Real durante uma visita ao Algarve, integrada na campanha para as eleições legislativas de 10 de março.
Frisando que, a nível nacional, estão “assinaladas 17 mil necessidades” em relação a alojamento estudantil, a dirigente considerou ser preciso “ir mais longe” nesta matéria, estimando que existam mais de 130 mil alunos universitários deslocados em todo o país.
Inês de Sousa Real lembrou que o turismo e a sazonalidade em determinadas regiões do país, como no Algarve, não promovem a estabilidade dos jovens alunos deslocados, muitas vezes forçados a abandonar as suas residências temporárias.
Para ultrapassar esse problema e garantir “alojamento estável” aos estudantes, é preciso “mais oferta pública” e “incentivos aos senhorios”, nomeadamente com benefícios fiscais, defendeu.
“O Estado deve garantir programas de apoio aos estudantes e incentivos aos senhorios para aderirem a programas de alojamento que possam ter boas práticas, que não passem por forçar os alunos a, quando chega a altura do verão, terem de desmanchar todos os seus quartos ou sair do local onde se encontram, em vez de estarem focados nos seus estudos”, acrescentou.
A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza apontou como outra preocupação o acesso à saúde por parte dos estudantes deslocados, designadamente nos cuidados primários.
Sousa Real considerou “fundamental” garantir que, a partir do momento em que os estudantes estão inscritos numa universidade longe da sua área de residência, tenham acesso a um médico de família “alocado a esse estabelecimento de ensino”.
Na visita ao Algarve, Inês de Sousa Real abordou ainda a questão da seca e da falta de água, exigindo a promoção de boas práticas ao nível do combate à perda e ao desperdício de água, da reflorestação e da promoção da regeneração dos solos.
“Não vai ser nem rezando nem esperando que o São Pedro dê uma contribuição do ponto de vista da meteorologia que vamos conseguir reter a água”, ironizou.
A dirigente do PAN criticou o Ministério do Ambiente por ter recentemente imposto cortes ao volume de água consumido pelo setor agrícola na região, sem fazer a distinção entre “o produtor da laranja ou quem tem métodos tradicionais” e os produtores do intensivo de abacate e outros produtos, “que de alguma forma não têm boas práticas nem respeito pelos solos”, referiu.
Após a declaração da situação de alerta devido à seca no Algarve, em janeiro, foram introduzidas várias medidas de contingência, como a redução de 25% do volume de água consumido pelo setor agrícola.
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