O Governo rejeitou hoje que a expansão do aeroporto de Lisboa seja para aumentar os movimentos por hora, assegurando que a ideia é pôr a infraestrutura a funcionar com fluidez, permitindo a eliminação de voos no período noturno.
“Caminharmos para zero voos no período noturno” é o objetivo, afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, referindo que esta é “uma exigência justa” do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Em declarações à Lusa, a deputada do PAN Cristina Rodrigues disse que esta foi “uma grande vitória” para o grupo parlamentar e um “passo importante”.
Portanto, “foi com grande satisfação que tomámos conhecimento e ouvimos o senhor ministro [das Infraestruturas] afirmar que, efetivamente, está a ser feito um caminho para terminar com os voos noturnos. Há aqui o reconhecimento de que há um problema e que tem que ser resolvido”, acrescentou.
Cristina Rodrigues sublinhou ainda que a lei do ruído proíbe os voos em horário noturno, mas admite exceções, que se têm vindo, “lamentavelmente, a tornar regra”.
A isto, conforme acrescentou, junta-se o facto de Lisboa ser um dos aeroportos que está mais próximo das populações, provocando um “impacto muito grande” para os residentes.
Por outro lado, a deputada vincou que, apesar deste passo, “falta coragem” para alterar o projeto do Montijo, garantido que o partido vai continuar a levar ao plenário e às audições parlamentares o tema, sempre que assim seja possível.
Numa audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, o ministro das Infraestruturas indicou hoje que o aeroporto Humberto Delgado regista “40 movimentos por hora” e que o projeto de expansão não é para aumentar a movimentação.
“O que precisamos é de modernizar o nosso aeroporto para que possa funcionar com a fluidez que hoje não tem”, apontou o governante, considerando que esta é uma “grande imperfeição” no atual aeroporto de Lisboa.
Assim, as obras no aeroporto podem permitir dar condições para a “eliminação dos voos noturnos”, nomeadamente evitando atrasos nos voos e até anulando movimentos noturnos que estão previstos na lei, indicou Pedro Nuno Santos.
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assegurou que o município não tolerará o regresso dos voos noturnos no aeroporto Humberto Delgado, considerando que tal decisão seria “absolutamente inaceitável”.
“Não toleraremos de novo o regresso dos voos noturnos na cidade de Lisboa, não toleraremos”, afirmou Fernando Medina, na reunião da Assembleia Municipal que decorreu na tarde de terça-feira.
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