Em comunicado, o PAN sustenta que as medidas de restrição, adotadas através de portarias publicadas em 15 de setembro e em 03 de novembro, "acima de tudo defendem os interesses da indústria da caça, mesmo num contexto de calamidade".
"A proibição de caça apenas em áreas superiores a 1.000 hectares é manifestamente insuficiente para retirar a enorme pressão sobre os animais sobreviventes que procuram agora refúgio e alimentação nas poucas e reduzidas áreas não atingidas pelos fogos", defende o PAN.
O PAN considera "absolutamente incompreensível" que o Governo continue a permitir a "caça a aves migratórias", ainda que restrita a dois dias por semana, especialmente em casos como o da rola-comum que "está a desaparecer a ritmo galopante em Portugal e na Europa.
O PAN sublinha que a situação, no que respeita a esta espécie, é "dramática, estimando-se que a sua população tenha decrescido 73% nos últimos 20 anos, "devendo, segundo a Quercus, ser incluída na lista vermelha de espécies ameaçadas com o estatuto `vulnerável´".
O PAN lembra que entregou na quinta-feira um projeto de resolução que estabelece a suspensão total da caça a norte do Tejo durante o período de dois anos.
A suspensão abrange a área territorial a norte do Tejo, especialmente afetada pelos incêndios de junho e outubro, visando permitir a "recuperação das populações das mais diversas espécies de animais".
O PAN, representado no parlamento pelo deputado André Silva, contesta ainda que no próximo ano as zonas de caça associativas e turísticas concessionadas cujos terrenos se encontrem abrangidos pelas restrições fiquem isentas do pagamento da taxa anual em 2018.
Para o PAN, esta isenção "só se justifica pelo facto de o governo privilegiar os interesses do setor" da caça, em detrimento da proteção dos animais e ecossistemas.
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