Em entrevista à agência Lusa, o deputado do Pessoas-Animais-Natureza assume-se como o único partido com representação parlamentar que dá prioridade às questões ambientais e de combate às alterações climáticas e alega que a notícia da ligação do partido ao grupo autodesignado Intervenção e Resgate Animal (IRA), que tem práticas alegadamente violentas, foi uma "peça de desinformação" que "não teve qualquer tipo de repercussão".
"A empatia que nós temos e devemos ao nosso semelhante, penso que a devemos estender a outras formas de vida. Isso não significa que estejamos a colocar os animais acima das pessoas ou no mesmo patamar, pelo contrário", sublinha.
"Nós somos os primeiros a dizer que os animais não podem, nem devem ser humanizados”, acrescenta André Silva, salientando que “um animal que é humanizado pode, em última análise, estar a ser deturpado da sua natureza e pode ser colocado em causa as suas necessidades, o seu bem estar e a sua proteção porque as necessidades dos animais não são as necessidades das pessoas".
André Silva admite, contudo, que o PAN trouxe ao debate político uma "mensagem nova" que "pode chocar as pessoas".
"Nós trazemos uma mensagem de tal forma progressista e inovadora que choca com a mentalidade de algumas pessoas", argumenta.
O dirigente do PAN aponta com exemplo "a mensagem de que nunca o ser humano olhou para as outras formas de vida utilitarista, estratificada" à sua semelhança e daí as reações, que "não têm que ver com um choque civilizacional, mas com interesses económicos".
André Silva justifica assim o "discurso propositadamente veiculado por quem não tem interesse em alargar esses direitos às outras formas de vida por questões de interesse económico".
E a mensagem provoca a "reação de algumas mentalidades que não conseguem acompanhar este alargamento que temos de fazer a outras formas de vida, ao planeta e aos ecossistemas", salienta.
Sem nunca criticar diretamente outros partidos ecologistas, como "Os Verdes", André Silva assume que o PAN é o único partido capaz de protagonizar a agenda ecologista e de combate às alterações climáticas.
"Até à entrada do PAN, em 2015, no parlamento, o campo político da defesa das questões ambientais não estava ocupado, não estava representado, por claro desinteresse e défice dos partidos com representação parlamentar. O PAN veio trazer uma mensagem nova, uma 'lufada de ar fresco' na defesa das questões ambientais e de combate às alterações climáticas", acentua.
Invocando que o PAN é cada vez mais visto como "um partido charneira, um partido alternativo", André Silva assume “que tem como prioridade a ecologia profunda e combate à maior crise dos tempos atuais, as alterações climáticas".
"Sem a força do PAN não será possível fazer um verdadeiro combate às alterações climáticas e ter verdadeiras políticas para o Ambiente, independentemente de quem governe o país", sublinha.
Desafiado a fazer uma comparação com o trabalho do partido "Os Verdes", que integra a CDU com o PCP, André Silva limita-se a responder: "O trabalho do PAN em quatro anos fala por si e o trabalho do PEV em 35 fala por ele próprio. O PAN é a via política do ambientalismo".
Já sobre as notícias da ligação ao IRA, o deputado do PAN garante que "não teve qualquer tipo de repercussão" no partido "porque a única ligação ou suposta ligação que existiu foi através de uma pessoa que prestou pontualmente um apoio jurídico" ao movimento.
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