A deputada Bebiana Cunha falava aos jornalistas no parlamento, após a 21ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, na qual os partidos participaram por videoconferência.

“O PAN tem sempre defendido quer o planeamento, quer a prevenção: a partir deste momento, o Ministério da Saúde deve começar a planear a estação outono/inverno, ainda não sabemos qual será a imunidade da vacina”, alertou.

Por outro lado, a deputada do PAN defendeu que o plano de desconfinamento “deve estar sempre assente nas evidências científicas atuais e não numa calendarização antecipada”.

“É evidente que atravessamos ainda uma crise sanitária e continuam a ser fundamentais as respostas das equipas de saúde pública, que saudamos pela localização das infeções e pelo rastreamento”, apontou, salientando a sua importância “sobretudo nas novas estirpes” da doença.

Bebiana Cunha chamou ainda a atenção para os impactos da crise sanitária, quer do ponto de vista socioeconómico, quer da saúde mental, que “não pode ser relegada para um plano secundário”.

“Em Portugal, a saúde mental tem sido um parente pobre da saúde em geral, temos tido um investimento muito parco”, referiu, lamentando que, apesar de ter sido aprovada em 2018 uma proposta do PAN para a integração de 40 psicólogos no Serviço Nacional de Saúde, os concursos ainda não estejam concluídos.

Questionada se o PAN entende que a matriz de risco deve ser alterada, a deputada respondeu que o partido “tem acompanhado a posição genérica dos vários especialistas”.

O grupo de peritos que aconselha o Governo sobre a epidemia da covid-19 defendeu hoje que deve manter-se a matriz de risco das “linhas vermelhas” de avaliação da incidência acumulada de casos e de índice de transmissibilidade (Rt).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.513.088 mortos no mundo, resultantes de mais de 168,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.023 pessoas dos 847.604 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.