“O aumento de atos de violência e autoagressão, mesmo o ato mais extremo de tirar a própria vida, são sinais de um mal-estar preocupante e complexo”, afirmou o pontífice numa audiência na Santa Sé, onde recebeu membros do Conselho Nacional da Juventude italiana.

Como ajudar alguém em risco?

A comunidade pode ter um papel relevante na prevenção do suicídio. É importante ter a consciência de que a maior parte das pessoas que se suicidaram avisaram antes e que, portanto, nunca deveremos menorizar um aviso de suicídio.

Todas as pessoas que tenham ideias de suicídio devem procurar apoio imediato e a família deve lutar por esse apoio. Recorde-se a necessidade de tratar a depressão, que é uma doença e não um estado de espírito — e é tratável. Existe uma urgência de psiquiatria com atendimento imediato em muitos locais e que em todos os distritos há um serviço de psiquiatria com consultas.

Caso tenha pensamentos suicidas ou conheça alguém que revela sinais de alarme, fale com o médico assistente. Se sentir que os impulsos estão fora de controlo, ligue 112.

Outros contactos:

SOS Voz Amiga
Lisboa (atendimento das 16 às 24h)

21 354 45 45
91 280 26 69
96 352 46 60

SOS Telefone Amigo
Coimbra
239 72 10 10

SOS Estudante
Coimbra
808 200 204

Escutar - Voz de Apoio
Gaia
22 550 60 70

Telefone da Amizade
Porto
22 832 35 35

A Nossa Âncora
Sintra
219 105 750
219 105 755

Departamento de Psiquiatria de Braga
Braga
253 676 055

Brochura do INEM
Ler aqui.

“Sabem que, em todo o mundo, nem todos os suicídios de jovens são conhecidos, mas escondidos”, acrescentou.

Segundo Francisco, tudo isto é expoente de “uma mudança de época, uma metamorfose não só cultural, mas também antropológica”, razão pela qual destacou ser fundamental que haja “um caminho educativo que envolva todos” para criar “uma aldeia de educação” onde “se partilha o compromisso de gerar uma rede de relações humanas e abertas”.

O chefe dos católicos assegurou que há muitos desafios que afetam os jovens, entre eles “a dignidade do trabalho, da família, do compromisso cívico, do cuidado da criação e das novas tecnologias”.

No entanto, incentivou o Conselho Nacional da Juventude italiana a “promover a participação ativa dos jovens” em instituições e na sociedade, “a nível local, nacional e europeu”, para criar uma rede entre “as muitas realidades associativas inspiradas nos valores da solidariedade e da inclusão”.

“Hoje há muita gente sem voz, muitos excluídos, não só socialmente por problemas como a pobreza, falta de educação ou ditadura das drogas, mas também aqueles que perderam a capacidade de sonhar”, afirmou Francisco.