“A catástrofe da terça-feira passada convida todos, a partir do povo libanês, a colaborar para um bem comum […]. Renovo o meu apelo para uma ajuda generosa por parte da comunidade internacional”, afirmou Francisco, após a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Hoje decorre uma videoconferência de doadores para o Líbano, que foi organizada pelas Nações Unidas e pela França.

O líder da Igreja católica decidiu, na sexta-feira, entregar uma primeira ajuda ao Líbano no valor de 250 mil euros.

O Papa pediu também ao clero daquele país que esteja próximo do povo, seguindo um estilo de vida marcado pela “pobreza evangélica, sem luxo”.

Francisco notou ainda que, “com a participação leal de todos”, é possível que o país renasça livre e forte.

“Convido a Igreja a estar perto do calvário do povo, como faz hoje, com solidariedade e compaixão, com os corações e as mãos abertos para compartilhar”, exortou.

Nas palavras que dirigiu aos fieis, o Papa lembrou ainda o 75.º aniversário do bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki e instou os países a comprometerem-se com um mundo “totalmente livre de armas nucleares”.

A ministra da Informação libanesa, Manal Abdel Samad, anunciou hoje a demissão do cargo, num breve discurso transmitido pela televisão local, e pediu desculpas aos libaneses pelo “enorme desastre” em Beirute.

Esta é a primeira baixa no Governo libanês após a explosão que provocou pelo menos 158 mortos, 6.000 feridos e dezenas de desaparecidos, e que aconteceu num armazém onde, segundo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, estavam 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas, durante seis anos, “sem medidas cautelares”.

A explosão criou uma cratera com 43 metros de profundidade, segundo avaliações feitas por especialistas franceses em pirotecnia enviados para o local, e reveladas hoje por fonte da segurança libanesa

França já ofereceu apoio logístico ao Líbano, incluindo para a investigação à explosão, e enviou forças de segurança, equipas de busca e ajuda médica.

O American Institute of Geophysics (USGS), com sede na Virgínia, revelou ter registado a explosão como um terramoto 3,3 na escala Richter.