As autoridades do Vaticano, a sede da Igreja Católica, fecharam 100 fontes “em solidariedade” com Roma, a capital italiana, que atravessa um período de seca. Entre os fontanários encerrados estão duas fontes barrocas na emblemática praça de São Pedro.
Mais de um milhão de residentes de Roma podem enfrentar racionamento de água até oito horas por dia, numa altura em que a cidade passa por uma onda de calor. A juntar-se às altas temperaturas, dois anos de chuva abaixo da média, forçaram a capital italiana a fechar as fontes públicas e a ponderar o racionamento de água.
Esta primavera foi a terceira mais seca em Itália nos últimos 60 anos. Em julho, Roma registou menos 72% de chuva que o normal. Em junho registou menos 74%, havendo uma redução de 56% da média de longo prazo entre março, abril e maio, diz a imprensa italiana.
Greg Burke, porta-voz do Vaticano, citado pelo jornal britânico Guardian, diz que é a primeira vez que as autoridades da Santa Fé se lembram de ser forçadas a desligar as fontes. Entre elas, estão duas obras do século XVII, dos escultores Carlo Maderno e Gian Lorenzo Bernini, este último, inspirador da Fonte de Neptuno, de Ercole Ferrata, que pode ser vista no Palácio de Queluz, em Sintra.
“Esta é uma forma de o Vaticano viver em solidariedade com Roma, tentando ajudar Roma a atravessar esta crise”, disse Burke à Reuters TV. A medida posta em prática esta segunda-feira, devendo as 100 fontes do vaticano ser gradualmente desligadas ao longo dos próximos dias, explica o jornal britânico.
A iniciativa segue a linha ecológica definida por Francisco. O ambiente é uma preocupação do papa, que em 2015 apresentou uma encíclica onde mostrava os seus maiores medos e denunciava o desperdício e apelava à importância da água potável.
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