“Foi um almoço muito familiar, com uma palavra de saudação do cardeal patriarca e o agradecimento do Santo Padre. Ele manifestou a grande alegria em estar connosco e pediu, em certo sentido, desculpa por ter estado tão pouco tempo connosco”, contou o arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, à saída da Casa Nossa Senhora do Carmo, em Fátima.

Segundo o prelado, a justificação foi de que “a visita foi essencialmente pessoal e mais dedicada ao povo de Deus e, por isso, não teve tempo para estar com os bispos”.

O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, disse que Francisco pediu desculpa por os bispos terem sido os últimos a serem cumprimentados por ele.

“Achámos que era uma maneira muito jocosa de brincar connosco e agradecemos”, referiu.

Para Jorge Ortiga, esta visita de Bergoglio a Fátima, na sexta-feira e hoje, foi “essencialmente uma experiência espiritual e, como experiência espiritual, é impossível fazer qualquer tipo de balanço”.

“Creio que isto entra só dentro dos desígnios de Deus e o principal aconteceu no coração das pessoas”, frisou.

Questionado sobre a mensagem deixada pelo papa em Fátima, o arcebispo de Braga realçou o facto de ele “ver Maria como mãe, mestra, por um lado, e modelo pelo outro”.

“Faz parte do seu paradigma pastoral, pedindo aos cristãos que sejam como que os braços de Maria para servir e para mostrar a ternura de Maria aos outros”, acrescentou.

Francisco saiu da Casa Nossa Senhora do Carmo às 14:20, depois de ter almoçado com os bispos portugueses e para iniciar a viagem para a base aérea de Monte Real, numa altura em que começava a chover.

Segundo o bispo de Aveiro, António Moiteiro Ramos, o líder da Igreja Católica gracejou: “Eu parto e Portugal chora”.

José Sanches Alves, arcebispo de Évora, afirmou que o papa falou aos bispos a mesma mensagem, “muito bonita”, deixada ao povo português: “Nós temos uma mãe”, que “é mãe de todos nós”, e que, “com Maria, podemos caminhar tranquilos e serenos”.

Para o arcebispo, esta mensagem resume todas as outras transmitidas por Francisco durante a visita ao Santuário de Fátima, onde presidiu às cerimónias do Centenário das Aparições, que tiveram como ponto alto a canonização de Francisco e Jacinta.

Nas intervenções que fez em Fátima, Francisco deixou apelos à paz e à concórdia e lembrou os excluídos da sociedade e todos os que sofrem em consequência dos conflitos em vários países do mundo.

Francisco foi o quarto papa a visitar Portugal.