O papa Francisco falava após a homilia Regina Coeli celebrada na praça de S. Pedro, no Vaticano.
No final da oração, encostado à janela do palácio papal, Francisco lamentou que, “apesar dos instrumentos disponíveis à comunidade internacional, seja difícil chegar a acordo sobre uma ação comum a favor da paz na Síria e de outras regiões do mundo”.
O papa, que confessou estar profundamente preocupado com a atual situação mundial, disse que reza “incessantemente pela paz” e convidou todas as pessoas a fazer o mesmo.
Francisco fez ainda um apelo “a todos os líderes políticos para que defendam a justiça e a paz”.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram no sábado uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
Segundo o secretário-geral da NATO, a ofensiva teve o apoio dos 29 países que integram a Aliança.
A Rússia pediu, entretanto, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, “para discutir as ações agressivas dos Estados Unidos e seus aliados”. Na reunião, os membros do Conselho de Segurança rejeitaram uma proposta de condenação dos ataques, apresentada pelos russos. Rússia, China, dois membros permanentes do Conselho, e a Bolívia, membro não permanente, votaram pelo texto, oito países votaram contra e quatro abstiveram-se.
No domingo passado, também após a recitação da Regina Coeli, que substitui o Angelus na Páscoa, e um dia depois do alegado ataque químico na Síria, Jorge Bergoglio disse que “nada podia justificar tais instrumentos de extermínio da população” e pediu que “líderes políticos e militares escolhessem o outro caminho”.
O papa defendeu a escolha do caminho da negociação, considerando ser o único que pode levar à paz e não à morte e destruição.
Comentários