Essa mudança surge depois de primeiro-ministro Imran Khan ter perdido a maioria parlamentar necessária para superar a moção de censura apresentada pela oposição, que o acusa de má gestão económica e incompetência na política externa.
Hoje, na abertura da sessão durante a qual esta moção deveria ser examinada, o vice-presidente da Assembleia Nacional, Qasim Suri, um fiel de Khan, criou a surpresa ao anunciar que se recusava a submetê-la à votação, julgando-a “contrária à Constituição”.
A notícia foi recebida com espanto pelos deputados da oposição, tendo muitos deles recusado deixar a Câmara.
“Esta data será lembrada como um dia sombrio na história constitucional do Paquistão”, disse Shehbaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), o favorito para substituir Imran Khan no caso de sucesso da moção de censura.
A oposição, que disse que iria apresentar um protesto no parlamento, considera ilegal a rejeição da moção de censura e prometeu recorrer ao Supremo Tribunal do Paquistão.
Num discurso emitido pela televisão estatal, Imran Khan denunciou a “interferência estrangeira” por trás da iniciativa e pediu ao presidente do Paquistão que dissolvesse a Assembleia Nacional.
O pedido foi aceite pelo presidente Arif Alvi, cujas funções são honoríficas, o que levará a eleições legislativas antecipadas em 90 dias.
“Vamos apelar ao público, realizar eleições e deixar a nação decidir”, disse Imran Khan.
Imran Khan foi eleito em 2018 no Paquistão, onde nenhum primeiro-ministro completou o seu mandato.
A batalha entre Imran Khan, um campeão de críquete tornado líder islâmico conservador, e a sua oposição política mergulhou a nação em tumultos políticos.
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