"Rejeitamos as acusações infundadas do Governo afegão. As acusações não ajudam nos esforços de paz", declarou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Nafees Zakaria, na conferência de imprensa semanal.

O responsável acrescentou que os fatores que levaram à deterioração da segurança no Afeganistão são exclusivamente internos, desmentindo assim que Islamabad esteja por detrás da Rede Haqqani, o grupo ligado aos talibãs que foi responsabilizado pelo atentado.

"Portanto, a mera retórica do Afeganistão de culpar os outros para esconder os seus próprios fracassos não vai resolver o problema", disse Zakaria.

O porta-voz reiterou que o Paquistão é um "sincero amigo" do Afeganistão e que o seu compromisso para com a paz e a estabilidade do vizinho estão "acima de qualquer dúvida".

O Diretório Nacional de Segurança (NDS) afegão adiantou na quarta-feira, em comunicado, que "o bárbaro ataque de Cabul foi planeado pela Rede Haqqani no Paquistão", acrescentando que, segundo as primeiras informações, o grupo terrorista contou com a "orientação e a cooperação direta da Agência de Espionagem do Paquistão ISI".

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Cabul e o seu principal aliado, Washington, têm acusado nos últimos anos o governo paquistanês de dar refúgio a grupos de combatentes islâmicos no seu território, entre os quais a Rede Haqqani. Estes grupos cometem atentados contra que as tropas afegãs e norte-americanas.

Também a Índia e o Irão acusam o Paquistão de dar refúgio a grupos terroristas no seu território.

Numa reação ao atentado, o Conselho Afegão de Críquete anunciou hoje o cancelamento de todos os jogos e acordos com o Paquistão.

Cabul e Islamabad chegaram recentemente a acordo para a realização de dois jogos amigáveis na capital afegã e na cidade paquistanesa de Lahore, bem como duas séries de encontros no Paquistão e nos Emirados Árabes Unidos.

Em fevereiro tinha sido o Governo de Islamabad a acusar o Afeganistão de albergar terroristas que atuam no Paquistão.

Na altura, o governo paquistanês ordenou o fecho das fronteiras durante várias semanas após um atentado contra um templo sufi no qual morreram 88 pessoas.

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