"Esta decisão foi adotada regionalmente, e implica que não haverá voos para o nosso continente a partir da Europa", disse Edgar Melgarejo, presidente da Direção Nacional da Aeronáutica Civil, referindo-se a medidas semelhantes adotadas por Peru e Argentina.

A decisão paraguaia afeta particularmente os voos da Air Europa, a única empresa aérea comercial que liga o Paraguai ao continente europeu, através da rota Assunção-Madrid.

Melgarejo explicou que a medida entrará em vigor no próximo sábado e permanecerá até pelo menos 26 de março.

Horas após a decisão do Paraguai, o Peru informou que proibiu voos procedentes da Europa e da Ásia a partir desta sexta-feira.

A decisão foi adotada pelo recém-criado comité de crise "com a finalidade de reforçar as medidas de prevenção para evitar o contágio do coronavírus", destacou um porta-voz do governo.

Entre as principais empresas aéreas afetadas estão Latam, Air France, KLM, Iberia e Air Europa.

O Comité não precisou a duração da suspensão, que afetará duramente o turismo no Peru, que recebe todos os anos mais de quatro milhões de viajantes.

Argentina suspende voos por 30 dias de áreas mais afetadas por coronavírus

O governo argentino decidiu também nesta quinta-feira suspender voos internacionais nas áreas mais afetadas pelo novo coronavírus durante 30 dias, após as três primeiras infeções locais terem sido registadas no país e totalizarem 31 casos positivos e uma vítima mortal.

Também foi declarada emergência sanitária por um ano, mas as aulas não foram suspensas em todo o país, de acordo com decreto do governo de Alberto Fernández.

"Aprovei um decreto de necessidade e urgência que amplia a emergência pública na área de saúde (...). O decreto suspende por 30 dias voos procedentes da Europa, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, China e Irão", revelou o presidente.

Fernández esclareceu que serão adotadas medidas para facilitar o regresso dos residentes na Argentina que se encontram nos países mencionados no decreto.

A medida estabelece os casos para o cumprimento obrigatório de 14 dias de isolamento, que inclui os viajantes procedentes dos chamados países de risco.

O presidente destacou a aprovação de uma verba extraordinária de 1,7 mil milhões de pesos (26 milhões de dólares) para reforçar medidas de diagnóstico e equipamento médico.

O governo também decretou a suspensão de espetáculos e o encerramento de espaços públicos.

Uma disposição publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial suspende temporariamente os pedidos de admissão como residentes temporários de estrangeiros que estão fora do país e vêm de China, Coreia do Sul, Irão, Japão, Estados Unidos, Grã Bretanha, União Europeia e os que integram o espaço Schengen.

Esta disposição inclui investidores, migrantes, proprietários e pensionistas, atletas, cientistas, artistas, religiosos, académicos e estudantes.

Hoje foram registados mais 10 casos do novo coronavírus na Argentina, dos quais sete correspondem a pessoas com histórico de viagens à área de risco, enquanto "três dos casos confirmados são contactos próximos de casos confirmados", indicou o relatório diário do Ministério da Saúde.

As províncias do norte de Jujuy e Misiones decidiram suspender as aulas nos seus distritos.

No Chaco, onde foram registados casos de contágio local, quatro localidades a cerca de 400 quilómetros da fronteira com o Paraguai foram isoladas a partir de quarta-feira e por 72 horas como medida preventiva até obterem o resultado de 18 amostras estudadas.