O governo dos Estados Unidos “concordou em participar nas conversações” a partir de terça-feira, na capital austríaca, com europeus, russos e chineses, para discutir um "retorno mútuo" do acordo entre Washington e Teerão, disse na sexta-feira o porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos, Ned Price.

Num encontro realizado hoje com o seu homólogo iraniano, Javad Zarif, o ministro francês Jean-Yves Le Drian "saudou o retomar em Viena das discussões sobre a questão nuclear" e "encorajou o Irão a ser construtivo nas discussões que vão acontecer”, segundo o comunicado do Ministério das Relações Exteriores, da França.

O ministro francês pediu também a Teerão para que identifique, nas próximas semanas, “as ações necessárias para um regresso completo ao cumprimento do acordo nuclear", garantindo que “França vai participar de uma forma pragmática e exigente”.

"Num contexto em que todos estão a demonstrar disponibilidade para acompanhar as negociações de boa-fé com o objetivo de um acordo rápido, pedi ao Irão para que se abstivesse de qualquer violação adicional dos seus atuais compromissos no campo nuclear e suscetível de minar a dinâmica de retomada das discussões”, concluiu o comunicado do Governo francês.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump 'bateu com a porta', em 2018, ao acordo alcançado três anos antes, e restabeleceu todas as sanções contra Teerão, que, por seu lado, começou a libertar-se das restrições ao seu programa nuclear.

O atual presidente dos EUA, Joe Biden, disse que está pronto para regressar ao acordo de 2015, desde que o Irão cumpra novamente os seus compromissos nucleares.

Por sua vez, os líderes iranianos também já manifestaram disponibilidade, mas só depois de os Estados Unidos suspenderem as sanções que estão a sufocar a economia do país.