O voto foi apresentado pelo grupo parlamentar comunista e teve os votos favoráveis do PCP, PS, BE, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, teve votos contra do PSD, CDS, PAN e do deputado do Chega e a abstenção do deputado da Iniciativa Liberal (IL).
No texto, a bancada do PCP alega que o chamado “‘plano Trump’ é inseparável do ‘reconhecimento’ pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel e da sua ‘aceitação’ dos colonatos israelitas ilegalmente construídos nos territórios palestinianos”.
No plano apresentado na semana passada pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, com a sua "visão" para a resolução do conflito Israelo-palestiniano, "Jerusalém permanecerá a capital soberana do Estado de Israel, e deve permanecer uma cidade indivisível", com a atual "barreira física" a leste a "servir de fronteira" com um futuro Estado da Palestina, que teria a sua capital nessa área oriental.
"Ao prever a ocupação por parte de Israel de Jerusalém e de cerca de metade da margem ocidental do rio Jordão, assim como a aceitação e continuidade territorial dos colonatos israelitas, o ‘plano Trump’ representa um novo e mais grave patamar na ilegal ocupação e anexação de territórios palestinianos por parte de Israel", lê-se no texto aprovado no parlamento.
Também o PSD viu aprovado, com os votos contra de PCP e PEV e a abstenção do BE, CDS-PP, Chega e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, um voto de preocupação “com os termos do plano de paz para o Médio Oriente de iniciativa da administração norte-americana”.
Os sociais-democratas sustentaram, no texto, que apesar da “importância de um ator político internacional, com o peso dos Estados Unidos, ser propositivo nesta matéria”, a iniciativa “põe em causa alguns dos princípios e consensos internacionais nesta matéria dificilmente obtidos ao longo dos anos”.
“Só através do diálogo direto entre Israel e a Autoridade Palestiniana será possível chegar a entendimentos vinculativos e duradouros. Importa, acima de tudo, evitar a retórica enviesada dos que louvam uma das partes e diabolizam a outra pelo que o papel da comunidade internacional é o de atuar como facilitador desse mesmo diálogo”, defende-se no documento.
De acordo com o texto aprovado, o parlamento português “mostra preocupação com os termos do denominado ‘acordo do século’ de iniciativa da administração norte-americana, mormente, por comprometer alguns dos consensos internacionais já alcançados com vista à resolução do conflito”.
“Instar o Governo português, no âmbito da União Europeia, a contribuir para retomar as iniciativas com vista à resolução deste conflito permitindo a existência de dois estados vivendo lado a lado, em paz, e dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, propõe ainda.
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