"Nós estamos a construir as acessibilidades, estamos com os processos para tratar da modelação dos terrenos e para construir o parque verde e creio que, no início do próximo ano, teremos o parque verde concluído e com capacidade para servir a população", afirmou Fernando Medina, que falava à margem de uma sessão dirigida a empresas e investidores para apresentar o projeto da nova Feira Popular, à qual os jornalistas não puderam assistir.

Criada em 1943, a Feira Popular de Lisboa fechou em 2003, depois de ter funcionado em locais como Palhavã e Entrecampos.

No final de 2015, a autarquia anunciou que a Feira Popular iria voltar, inserida num parque urbano de 20 hectares em Carnide.

Fernando Medina referiu que, paralelamente, "correrá o concurso e o processo de investimento na construção da zona de diversões da Feira Popular", que ocupará perto de nove hectares.

Enquanto a autarquia detém todo o espaço verde, cede, durante um período ainda não definido, a gestão e a manutenção a privados.

Esse concurso público será lançado "durante o ano de 2017", assinalou o responsável.

Para a sessão de hoje, realizada no cineteatro Capitólio, no Parque Mayer, inscreveram-se "investidores de vários países e de várias nacionalidades", apontou o autarca.

"Queremos que muitos investidores se interessem por este projeto para poderem aportar ideias e nos darem sugestões", acrescentou.

Um estudo preliminar datado de outubro de 2015 e divulgado em junho do ano seguinte, encomendando pela autarquia a uma empresa holandesa, refere que a Feira Popular deverá representar um investimento de cerca de 70 milhões de euros.

O documento, elaborado pela empresa holandesa Jora Vision - que já fez estudos semelhantes para outros parques temáticos da Europa -, precisa que neste número se inserem as atrações (que representam a maior fatia de investimento, na ordem dos 27 milhões de euros), o trabalho no terreno (20 milhões), a decoração (15 milhões), a construção (5,2 milhões) e o 'design' e engenharia (3,2 milhões).

No que toca aos visitantes, a empresa define como dois principais públicos-alvo as famílias e os aventureiros que procuram emoções fortes, ainda que assinale que ali haverá "atrações para entreter um vasto público".

A expectativa é de que os visitantes possam frequentar a nova Feira Popular em 2018, de acordo com o estudo, que aponta um total de 800 mil nesse ano.

No ano seguinte, o número deverá subir para 900 mil e atingir um milhão em 2020.

O estudo preliminar aponta ainda que os bilhetes deverão custar dois euros.

Na sessão, marcaram também presença empresários da diversão itinerante, que hoje se manifestam para reivindicar medidas de apoio à sustentabilidade do setor.

Falando aos jornalistas, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED), Luís Fernandes, lamentou que os empresários ainda não tenham sido envolvidos no projeto da nova Feira Popular.

Em reação, Fernando Medina assinalou que a autarquia está "numa fase prévia, da escolha dos parceiros que vão ser responsáveis pelo investimento global".

"Não vai ser feita [para já] a escolha área a área, restauração a restauração, diversão a diversão, não é esse o modelo", concluiu.