“Na prática temos menos professores do que no ano passado (não mais), porque os professores anunciados correspondem a quem já estava no sistema sem direitos e não compensam o número de aposentação verificado”, completou.
Face a estas críticas, o deputado socialista Porfírio Silva disse que o PCP tem por hábito olhar “para a metade do copo vazio” e que estava em “negação” daquilo que já foi feito. O deputado exortou os comunistas as demonstrarem disponibilidade para dialogar no sentido de continuar a reforçar a educação no país.
Mas a crítica à falta de investimento em docentes não chegou apenas da bancada do PCP.
PAN, PEV e BE também criticaram a carência de professores, e outros profissionais, nas escolas, com a deputada bloquista Joana Mortágua a acusar o executivo socialista de fazer “anúncios repetidos e circulares”, acrescentado que pior do que a falta de materiais, é a falta de “recursos humanos” que enfraquece o sistema educativo.
Segundo Joana Mortágua, o Governo anunciou “várias vezes” a contratação de professores para os quadros das escolas, “como se se multiplicassem” os investimentos neste sentido, algo que a deputada disse não corresponder à realidade.
Já a deputada do PSD Cláudia André concordou que a falta de professores nas escolas é “um grande problema”, mas considerou que houve um “show off” em relação a esta matéria.
Dirigindo-se à deputada comunista, a social-democrata questionou quais seriam as imposições do PCP em relação à educação, nomeadamente, a contratação de professores, que seriam imprescindíveis para a viabilização do próximo Orçamento do Estado.
Respondendo diretamente à deputada do PSD, a eleita do PCP Alma Rivera questionou “que medidas é que o PSD não vai 'chumbar' no reforço da escola pública”.
Já ao socialista Porfírio Silva, a deputada comunista disse que o partido olha “para a realidade” e constata que “não há soluções” da mesma dimensão que os problemas, uma vez que o número de professores anunciados pelo Governo e enunciados pelo deputado do PS “não têm em conta que esses professores já estavam no sistema”, logo, não são novas contratações.
A deputada referiu que, do que está anunciado para reforçar a escola pública, “uma ínfima parte é para o reforço de trabalhadores”, e, enquanto o PCP “sempre apresenta propostas”, o PS “é que nunca vai a jogo”, anotando que o problema é o Governo não querer “abrir os cordões à bolsa”.
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