Johnson renunciou ao cargo depois de receber os resultados de um inquérito parlamentar sobre declarações enganosas que fez ao Parlamento, quando afirmou repetidamente que todas as restrições sanitárias foram respeitadas em Downing Street durante a pandemia, noticiou a agência Associated Press.

Em comunicado, o ex-primeiro-ministro britânico frisou que a comissão de inquérito "deixou claro" numa carta que se preparava para o expulsar do cargo que ocupa como deputado conservador na Câmara dos Comuns (câmara baixa do parlamento).

"Para meu espanto, estão determinados a usar os procedimentos contra mim para me expulsar do parlamento", disse Boris Johnson em comunicado.

Johnson, que foi forçado a demitir-se no verão depois de uma série de escândalos, nomeadamente sobre festas em Downing Street que violaram as regras anti-covid-19, tinha permanecido como deputado.

"É muito triste deixar o Parlamento - pelo menos por agora - mas acima de tudo estou chocado e horrorizado por ter sido expulso, de forma antidemocrática, por uma comissão presidida e liderada pela [trabalhista] Harriet Harman, com um viés tão flagrante", sublinhou.

Esperava-se que o comité publicasse o seu relatório nas próximas semanas, e Johnson poderia enfrentar uma suspensão da Câmara dos Comuns caso fosse descoberto que mentiu deliberadamente.

Na longa declaração de renúncia, Johnson acusou a comissão de inquérito de procurar considerá-lo culpado "desde o início" e "independentemente dos factos".

A renúncia desencadeará uma eleição especial para substituir Johnson como deputado para um lugar no subúrbio de Londres.

Boris Johnson, cuja carreira foi uma montanha-russa de escândalos e reviravoltas, levou os conservadores a uma vitória esmagadora em 2019, mas foi forçado a sair pelo seu próprio partido menos de três anos depois.

*com Lusa