Um dia depois de o presidente do PSD, Rui Rio, ter encerrado as jornadas parlamentares do partido a repetir a acusação ao PS de não querer fazer reformas nenhumas, Passos Coelho fez hoje em Lisboa a apresentação do livro do militante do PSD - e membro do Conselho Estratégico Nacional do partido - António Alvim “Um manual para a mudança da saúde”.
Numa intervenção de mais de 50 minutos, acompanhada na primeira fila pelo candidato à Câmara de Lisboa Carlos Moedas, Passos apontou “um paradoxo” à esquerda no domínio da saúde em particular.
“Seria imperdoável que a esquerda, que diz que é uma espécie de ‘alma mater’ do SNS o esteja a desqualificar desta maneira e que seja o que se chama de direita a sempre a tentar salvar a situação e ver se lhe consegue dar sustentabilidade”, disse, criticando o que chamou de “estatização” do SNS, que considera ter resultado na falta de atração dos profissionais e na degradação de equipamentos e serviços prestados.
Sem referir destinatários, Passo Coelho deixou o que classificou de uma sugestão de atuação política.
“Bem sei que há muitas reformas que gostaríamos que fossem tão consensuais que durassem o suficiente para que se vissem resultados. Mas espero que as forças políticas não fiquem à espera uma das outras, o país não pode perder continuamente com este jogo”, apelou.
Para Passos Coelho, “quem quer vê os problemas vê, quem quer atuar atua, quem quer reformar reforma” e “quem não quiser que fique para trás no seu castelo, que fique a negar a realidade”.
“Se o Governo que está em funções não os quer enfrentar, que venha um dia outro que os possa enfrentar, e se as reformas tiverem de se fazer em confronto que se façam, também é importante que a democracia funcione para isso”, disse.
E acrescentou: “Se tivéssemos de estar de acordo em tudo o que é essencial e só divergíssemos no acessório, também não era preciso fazer eleições nem mudar os governos”.
“Os governos mudam-se quando são precisas políticas verdadeiramente diferentes e depois cada um que assuma as suas responsabilidades”, disse, elegendo a reforma na área da saúde ainda como mais prioritária do que a da segurança social.
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