"O Governo ainda não fez essas contas, não é razoável que o parlamento esteja a decidir sobre uma matéria dessas sem que o Governo diga quanto é que isso custa", afirmou Pedro Passos Coelho, à margem de uma visita ao certame Portugal Exportador, que decorre hoje em Lisboa, salientando que existem propostas do BE e do PCP nesse sentido.
Para o líder do PSD, ninguém sabe muito bem "qual é a verdadeira intenção do Governo" no que diz respeito à contagem do tempo de serviço das carreiras que estiveram congeladas e acusou o primeiro-ministro, António Costa, de agir de forma contraditória, ao dizer agora que "não é possível dar tudo a todos".
"Foi o primeiro-ministro que criou essa ilusão nas pessoas, que não foi possível dar mais porque o governo anterior não queria e agora aparece pateticamente a dizer que há limites e não se pode dar tudo e, sobretudo, gastar tudo em salários se queremos ter saúde e educação com mais resultados", criticou, acusando o executivo socialista de ter cortado mais nestas áreas do que o PSD e CDS-PP quando foram Governo durante a ‘troika’.
Passos Coelho retomou os argumentos que tinha expressado, na terça-feira, na ‘newsletter’ do PSD de que foi o PS que decidiu congelar carreiras em 2010 e que determinou, então, que o tempo de serviço não contaria no futuro quando estas fossem descongeladas.
"Sabemos que o Governo nunca gosta de decidir sobre coisas que não sejam simpáticas, se puder sugerir que fui eu que congelou as carreiras, que não fui, o Governo dá-o a entender. Se puder dizer que vai dar mais qualquer coisinha, contando uma parte do tempo que nós não contaríamos, também dirá isso", acusou.
No entanto, Passos Coelho salientou que existem regras na administração pública que impõem que uma alteração nesta matéria tenha de ser para todas as carreiras e não apenas para os professores, obrigando a um "tratamento equitativo".
O líder do PSD estimou que, se no caso dos professores custaria cerca de 650 milhões de euros contar todo o tempo de serviço, a medida para toda a função pública custaria pelo menos o dobro, 1.300 milhões de euros.
"Convinha que o Governo dissesse exatamente quanto é que custa em termos de salários, em pensões mais elevadas no futuro, de modo a que o parlamento pudesse fazer uma discussão mais informada e tomar uma decisão mais realista", defendeu.
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