“Aquilo que parece, julgo que é aquilo que é: o Governo trabalhou mal a candidatura do país para vir a ficar com a agência do medicamento que saiu do Reino Unido. Uma vez que Portugal, infelizmente perdeu essa candidatura, honrosamente mas perdeu, o governo quis ter um gesto de compensação”, afirmou Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao certame Portugal Exportador, que decorre hoje em Lisboa.
O líder do PSD disse que o partido também foi surpreendido pelo anúncio, feito na terça-feira pelo ministro da Saúde, de que a sede da autoridade nacional do medicamento vai ser mudada de Lisboa para o Porto, uma mudança a ocorrer a partir de 01 de janeiro de 2019.
“Nós não temos nada em principio quanto a essa intenção, mas para já parece-nos puramente uma intenção, que só se pode concretizar lá para 2019. É uma coisa que não foi estudada, não foi discutida com ninguém dentro do Infarmed, parece ser mais um daqueles anúncios que se fazem em cima do joelho para causar um certo impacto e agora é preciso saber como será feita”, criticou.
Passos Coelho acrescentou que se, por princípio, o PSD nada tem contra a deslocalização no território de institutos públicos, esta intenção está “desgarrada de qualquer ação descentralizadora do governo ou do Estado”, sendo necessário acautelar como será feita em concreto a transferência dos trabalhadores do Infarmed.
O Infarmed é um organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional que até agora tem funcionado com a sede no Parque da Saúde, em Lisboa.
A missão do Infarmed é “regular e supervisionar os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos, segundo os mais elevados padrões de proteção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos, de qualidade, eficazes e seguros”, segundo informação no site do organismo.
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