“Devo dizer, em abono da verdade, que vai ultrapassar um bocadinho o território de Lisboa para o território do vizinho concelho de Loures, mas que o senhor presidente da Câmara de Loures já está completamente avisado e, como se diz no Brasil, ‘afim’, entusiasmado”, afirmou Manuel Clemente.
O cardeal-patriarca de Lisboa falava numa conferência de imprensa na Cidade do Panamá, depois de o Vaticano ter anunciado a escolha de Lisboa para acolher a próxima edição do maior evento da Igreja Católica.
Manuel Clemente adiantou que “o sítio mais que provável – para não dizer o sítio certo – será a margem do Tejo”.
“Vai ser aí, nas margens do rio Tejo, na parte de Lisboa, no seguimento daquele magnífico campo onde se fez há 20 anos a Expo’98, a exposição internacional de Lisboa dedicada aos oceanos, para leste desse espaço, na margem do Tejo, num amplo terreno, um sítio lindíssimo, nesse mar largo que lembra o mar da Galileia, com vias de comunicação quer ferroviárias, quer rodoviárias, também não fica longe do aeroporto”, adiantou.
Para Manuel Clemente, “quanto a território melhor não podia ser, é uma ótima escolha”.
Hoje, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, adiantou à Lusa que as próximas JMJ vão decorrer no Parque do Tejo, referindo que tem mantido conversações com a autarquia lisboeta e com a Igreja Católica.
Na mesma conferência de imprensa no Panamá, o presidente do município de Lisboa, Fernando Medina, declarou que “a localização mais que provável é a zona junto ao Tejo, que abrange quer o município de Lisboa quer o de Loures”, realçando ser “uma zona muito bem servida do ponto de vista de acessibilidades”.
“Tem uma linha férrea que passa por toda essa zona e onde nós desenvolveremos as infraestruturas necessárias, não só a acolher as jornadas - a parte central das jornadas, como a vigília e com a missa final, - mas que faremos também (…), até como lembrança das jornadas, naquele espaço um processo de qualificação e requalificação de todo aquele espaço”, explicou.
Fernando Medina esclareceu que “é natural que um evento, com a densidade, com a importância, com o número de pessoas que tem”, se distribua “por muitos outros pontos ao longo do mês que vai antecedendo a parte final das jornadas”.
Neste aspeto, admitiu que vai exigir uma “mobilização da área metropolitana”, dos vários municípios, dioceses, associações e entidades, e, em Lisboa, “de múltiplos sítios onde vários eventos vão poder acontecer”.
Fernando Medina acrescentou que a organização das jornadas vai passar por atividades e eventos em vários pontos da cidade, antes da grande concentração final.
Lisboa vai receber em 2022 as JMJ, consideradas o maior evento organizado pela Igreja Católica.
O anúncio foi feito na missa de encerramento das JMJ, que hoje terminam na Cidade do Panamá, presididas pelo papa Francisco, pelo prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, organismo do Vaticano que organiza as JMJ com um comité local, Kevin Joseph Farrell.
Na sua conta no Twitter, o papa Francisco escreveu: “A vocês, queridos jovens, um muito obrigado por #Panama2019. Continuem a caminhar, continuem a viver a fé e a compartilhá-la. Até Lisboa em 2022”.
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