“É com muita alegria e gratidão que acolhemos a criação cardinalícia do senhor D. Américo Aguiar. Pessoalmente, sempre pude contar com a sua disponibilidade, generosidade e eficácia, quer no Porto, quer em Lisboa”, escreveu o atual patriarca de Lisboa, numa mensagem enviada à agência Lusa.

António Clemente destacou que “tudo o que acontece de muito bom com a Jornada Mundial da Juventude” (JMJ) se deve sobretudo ao futuro cardeal e agradeceu a nomeação ao papa Francisco.

No contexto eclesiástico, considerou, “serão ainda mais os que beneficiarão com as suas muitas qualidades”.

O Papa Francisco anunciou hoje, no Vaticano, que vai criar 21 novos cardeais, no consistório de 30 de setembro, entre os quais o bispo Américo Aguiar, o único português no grupo.

Depois do anúncio, Américo Aguiar considerou que a sua nomeação “é uma homenagem à juventude portuguesa” e admitiu-se surpreendido pela notícia.

“Eu li [a decisão] como um gesto do Papa Francisco em relação aos jovens e ao que nos diz insistentemente, de os jovens se levantarem e assumirem o protagonismo nas suas vidas. […] Nós somos meros intermediários que vamos ajudar a que isso possa ser ainda mais incentivado junto dos jovens”, disse o bispo, que é também o responsável máximo da Igreja Portuguesa pela realização da JMJ.

O bispo auxiliar de Lisboa considerou que o cargo de cardeal representa uma responsabilidade acrescida e que a decisão do Papa não teve a ver com as suas competências, mas sim com a dedicação dos jovens envolvidos na preparação e realização da JMJ, que decorre em agosto em Lisboa e Loures.

Os futuros cardeais têm várias nacionalidades e, da lista de 21 nomes, três terão mais de 80 anos no momento da sua entronização.

Américo Aguiar vai ser o 48.º cardeal português, segundo a Ecclesia.

Com 49 anos e natural de Leça do Balio, Matosinhos, desempenhou as funções de pároco de São Pero de Azevedo (Campanhã) entre 2001 e 2002, foi notário da Cúria Diocesana do Porto entre 2001 e 2004, chefe do gabinete de informação e comunicação da Diocese do Porto entre 2002 e 2015, vigário geral e chefe de gabinete dos bispos Armindo Lopes Coelho, Manuel Clemente e António Francisco dos Santos, tendo exercido as funções de capelão-mor da Misericórdia do Porto.

Foi também pároco da Sé entre 2014 e 2015 e foi nomeado cónego do Cabido da Sé do Porto em 2017.

Desde 2011, preside à direção da Irmandade dos Clérigos e, em 2016, assumiu a presidência do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, além de desempenhar as funções de diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa.