Questionado sobre uma alteração regimental para permitir o regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro ao parlamento, como propõe a Iniciativa Liberal, Jerónimo de Sousa respondeu que na anterior legislatura o PCP tomou posição sobre o assunto, opondo-se à extinção daquela modalidade de discussão em plenário.

“Tudo o que for enriquecedor para esse debate, deve acontecer. Agora, também consideramos que o plenário da Assembleia da República, e um debate dessa natureza e com esse objetivo, deve ter um nível que aquele órgão de soberania exige. Queremos nós amplo debate, sentido da medida”, frisou, após um encontro com a Liga dos Bombeiros Portugueses na sede nacional do partido.

Recordando que, na anterior legislatura, o PCP já tinha tomado “posição sobre isso” – em julho de 2020, os comunistas tinham-se oposto ao fim dos debates quinzenais -, Jerónimo de Sousa reiterou que “a Assembleia da República tem condições para promover o debate entre as forças políticas, e entre as forças políticas e o Governo”.

Na anterior legislatura, por proposta do PSD, os debates quinzenais com o primeiro-ministro passaram de quinzenais para bimensais.

Quanto ao encontro com a Liga dos Bombeiros Portugueses, Jerónimo de Sousa sublinhou que foram discutidos “problemas de financiamento, designadamente tendo em conta o próximo Orçamento do Estado”, mas também temas como “atração de jovens voluntários”.

O secretário-geral comunista mostrou-se também preocupado quanto “às equipas de intervenção permanente”, afirmando que “aquilo que está montado no terreno é para funcionar a partir da primavera”.

“Ora, com a existência da seca, nós temos um problema de emergência, de urgência, de manter as equipas no terreno por mais tempo. Basta pensar que, de 01 de janeiro a 01 de fevereiro, cerca de 1.200 hectares no Alto Minho foram queimados. Isto demonstra que não será bom desativar esse corpo de intervenção permanente”, afirmou.

Intervindo antes de Jerónimo de Sousa, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, considerou que a reunião com a delegação do PCP, que se enquadra no âmbito de outros encontros solicitados aos partidos políticos, foi “bastante profícua”.

“Tivemos a oportunidade de expor as nossas preocupações, que vão desde o financiamento das associações humanitárias de bombeiros voluntários, à questão do comando operacional autónomo dos bombeiros, ao protocolo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), à questão do transporte dos doentes não urgentes, à Escola Nacional de Bombeiros e também à necessidade que há de olhar para as equipas de intervenção permanente como estruturas que devem ser a primeira resposta do sistema de combate a incêndios e de socorros aos cidadãos”, disse.

(Notícia atualizada às 18h15)

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