O jovem de 26 anos de nacionalidade francesa era procurado desde 13 de novembro de 2015, altura em que um grupo de dez terroristas perpetrou ataques em vários pontos de Paris, provocando a morte de 130 pessoas e ferindo 350. Abdeslam pode esclarecer muitas perguntas que ficaram por responder, tendo já reconhecido ao juiz que o plano inicial passava por explodir-se no Estádio de França, mas recuou no último minuto.

Abdeslam concordou em colaborar com as autoridades. Agora, começam a ser conhecidos pormenores da operação de caça ao homem que levou à detenção daquele é considerado o cérebro dos atentados de 13 de novembro.

Ao contrário do que se poderia pensar, Abdeslam não tentou sair da Europa após os ataques, muito pelo contrário, regressou a Molenbeek, bairro onde cresceu, e foi ajudado por amigos e vizinhos.

A primeira pista concreta da presença de Abdeslam em Bruxelas foi encontrada num apartamento na comuna de Forest: impressões digitais num copo. A polícia foi recebida com tiros de Kalashnikov quando surpreendeu os indivíduos que estavam neste apartamento. Mas entre eles não estava o homem mais procurado da Europa, Abdeslam.

A perseguição continuou por mais alguns dias, como revela o site Politico, e as pistas acabaram por levar as autoridades a um apartamento na rua de Quatre-Vents – o local fica a 450 metros da antiga casa do terrorista. Foi um pedido de várias pizzas, mais do que o habitual naquele apartamento, feito por uma mulher, que confirmou a suspeita da polícia.

Abdeslam foi encontrado no interior do apartamento com mais um cúmplice dos atentados de Paris. É acusado de "assassínios terroristas" e "participação em atividades de grupo terrorista". Está agora a ser conduzido um inquérito na Bélgica e o suspeito poderá depois ser extraditado para a França.