
“O que sabemos já é suficiente para ter a convicção de que Luís Montenegro não reúne as qualidades para poder ser primeiro-ministro. Um líder político tem a obrigação de ser transparente, de não fugir ao escrutínio, deve ser humilde, deve saber assumir os seus erros e, acima de tudo, não pode querer enganar as pessoas”, declarou Pedro Nuno Santos, no Porto.
O secretário-geral do Partido Socialista (PS) e candidato a primeiro-ministro de Portugal nas próximas legislativas de 18 de maio reafirmou que Luís Montenegro é o responsável pela atual crise política que levou a antecipar as eleições.
“É importante dizer com todas as letras: a responsabilidade por esta crise política é apenas e só do primeiro-ministro [Luís Montenegro]. Não é do PS, não é dos demais partidos da oposição, não é da comunicação social. É de Luís Montenegro”, acusou Pedro Nuno Santos.
Durante um discurso de cerca de 20 minutos na Avenida dos Aliados, no Porto, onde participou no comício do PS/Porto para a apresentação oficial dos 18 candidatos às eleições autárquicas, Pedro Nuno Santos considerou que “o primeiro-ministro só é vítima de si próprio”.
O líder dos socialistas recordou que ele próprio foi alvo de escrutínio no passado e que teve de se explicar ao país, destacando que transparência “não é uma opção, é uma obrigação” e que assumir os “erros não é uma fraqueza: é uma força”.
“A diferença não está entre quem erra e quem não erra. A diferença está na forma como cada líder enfrenta o erro. Há quem negue e fuja, e há quem assuma e aprenda”, resumiu.
Depois de apresentar estes pressupostos, Pedro Nuno Santos afirmou que “os traços pessoais de um líder são essenciais para a forma como conduz um governo e como esse governo se comporta perante o povo”.
Para demonstrar que os traços pessoais de Luís Montenegro também se refletem na “forma pouco séria com que o governo se tem relacionado com o país e os portugueses”, o líder socialista deu como exemplos o facto de o primeiro-ministro ter “tentado no ano passado anunciar como sua uma descida de IRS que havia sido, na quase totalidade, decidida pelo PS”, ou o facto de ter tentado “manipular os dados sobre o número de alunos sem professor”.
“Não é por acaso que o Governo de Luís Montenegro nunca assumiu a culpa pelo caos que instalou no Serviço Nacional de Saúde ou pela gestão irresponsável que fez da greve no INEM [Instituto Nacional d Emergência Médica]”, prosseguiu.
Manifestando-se pronto para lutar pela vitória do PS a 18 de maio e afirmando acreditar que será o próximo primeiro-ministro do país, Pedro Nuno Santos recordou que a crise política em que se encontra Portugal se explica porque o “Governo esgotou o seu projeto para o país, e porque o seu líder esgotou a sua credibilidade”.
O secretário-geral socialista chegou à Avenida dos Aliados às 17:30 e foi recebido em frente à Câmara Municipal do Porto, num palco ali montado, e onde aguardavam centenas de socialistas com bandeiras, aplausos e as palavras de ordem “PS, PS, PS”.
Nuno Araújo, líder da Federação do PS/Porto, garantiu a Pedro Nuno Santos o apoio do PS Porto para alcançar uma vitória nas legislativas antecipadas de 18 de maio.
O candidato socialista à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, antigo ministro da Saúde no governo de António Costa, também esteve presente no comício e anunciou total apoio ao secretário-geral do PS.
“Cá estaremos em cada lugar e em cada freguesia para ajudar a que Pedro Nuno Santos seja eleito primeiro-ministro de Portugal”, afirmou Pizarro, lançando, porém, uma advertência ao líder socialista.
“Vamos lutar pela descentralização. Se ela não andar com a velocidade que gostaríamos, cá estaremos para gritar à moda do Porto”, concluiu Pizarro.
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