"Não vamos aproveitar nenhum caso judicial para fazer política. A justiça tem o seu tempo, faz o seu trabalho e os políticos em cada momento devem fazer um juízo próprio sobre as suas condições para exercerem os cargos políticos e para defenderam as instituições. Isso cabe aos políticos. Sem aprofundar muito mais, porque não quero misturar justiça e política,  já o fiz em relação a outros casos, quer o meu partido esteja ou não envolvido, é muito importante para a população confiar nos políticos que sejamos coerentes nas posições que tomámos. é fundamental para garantirmos confiança", explicou o secretário-geral do PS.

"Há uma tradição estatutária que nós levamos muito a sério, que é o respeito pela Autonomia Regional, tanto da Madeira como dos Açores e a autonomia das suas organizações. Não tenho a acrescentar nada ao que disse o PS/Madeira, sempre com respeito pela autonomia do nosso partido na Madeira. Respeitamos o PS Madeira e respeitamos todos os madeirenses ao respeitar a autonomia da região", disse Pedro Nuno Santos.

"Olhámos para este caso, como para outros, com preocupação, porque obviamente os portugueses têm de confiar nas instituições, em quem elegem. Cada situação destas é preocupante para os cidadãos e também é para nós. Temos que defender princípios essenciais do estado de direito. O princípio da independencia do poder de judicial e a presunção de inocência. Levamos estes princípios a sério para todos os partidos", afirmou Pedro Nuno Santos.

De acordo com o Ministério Público (MP), existe um “relacionamento privilegiado, caracterizado por uma grande proximidade e informalidade” entre Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Avelino Farinha. Acrescenta o MP que, no âmbito desta relação, Pedro Calado “atuou, e ainda atua, como denominador comum aos outros suspeitos”, agindo como “intermediário, de modo a acautelar os interesses do grupo AFA junto do Governo Regional e do município do Funchal”.

O MP indica inclusivamente que terão existido “interferências” de Miguel Albuquerque em matérias da esfera municipal, bem como tomadas de posição de Pedro Calado em questões de natureza regional, nomeadamente em temas que envolvem os interesses de um conjunto de empresários da Madeira.

O caso surgiu na sequência de denúncias anónimas, tendo a investigação apurado “novas suspeitas de potencial favorecimento na contratação pública regional”, envolvendo o presidente do Governo Regional, o autarca do Funchal e o líder do grupo empresarial AFA.

A operação levou à detenção do presidente da Câmara Municipal do Funchal, do líder do grupo AFA e do diretor executivo do grupo Socicorreia, Custódio Correia, que é também sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo fonte de investigação. Os três detidos deverão ser presentes a juiz para primeiro interrogatório judicial na sexta-feira, em Lisboa.