Na comissão executiva dos socialistas espanhóis, aprovada esta manhã, não haverá dirigentes regionais ou barões, que, na sua grande maioria, apoiaram a grande rival de Sánchez nas primárias realizadas há um mês, a presidente da Andaluzia, Susana Díaz.

Quase todos decidiram ficar calados no congresso, dando espaço ao novo líder, sem interferir no debate interno, depois da tensão permanente dos últimos meses.

O novo secretário-geral toma conta oficialmente do partido depois de ter sido reeleito nas primárias realizadas em maio, após a sua demissão do cargo em 01 de outubro do ano passado, na sequência do ‘chumbo’, por uma maioria de dirigentes nacionais, que na altura controlavam a comissão executiva, da sua estratégia de recusar determinantemente um Governo do PP (Partido Popular, de direita).

Os socialistas acabaram então por viabilizar o governo de Mariano Rajoy, ao absterem-se na votação no parlamento.

Com o lema “Somos a Esquerda”, o congresso aprovou a estratégia de Sánchez no sentido de um PSOE renovado que seja uma alternativa ao atual Governo de Mariano Rajoy.

Líderes regionais e barões não estiveram presentes na sessão de encerramento do congresso aberta aos militantes de base.

Sánchez anunciou que, a partir de hoje, irá trabalhar “sem descanso” para formar uma “maioria alternativa” progressista no parlamento para terminar com a “etapa negra” do Governo do PP.

Nos próximos dias vai promover um espaço de “coordenação parlamentar” das forças progressistas para tentar desmantelar no parlamento as leis aprovadas pelo PP e tentar iniciar a formação de uma maioria alternativa.

Sánchez viu ratificada a sua estratégia política, nomeadamente a controversa ideia de “aperfeiçoar o reconhecimento do caráter plurinacional do Estado” (uma Espanha com várias nações), que Susana Díaz considera ser “um erro histórico”.

“Espanha não é imobilista, não é nem o Mariano Rajoy nem o PP. Espanha é plural e diversa, Espanha é progressista, Espanha é solidária. Espanha gosta da Catalunha. Demos de o dizer bem alto”, afirmou no seu discurso Pedro Sánchez.

No encerramento da assembleia magna socialista, prometeu ainda derrogar a reforma laborar aprovada pelo Governo de Mariano Rajoy, recuperar a negociação coletiva e elevar o salário mínimo.

Sánchez comprometeu-se a garantir pensões dignas aos maiores de 45 anos e assegurou que a sua subida é uma política de esquerda: “Não sereis uma geração esquecida”, disse.

O congresso aprovou o compromisso com a despenalização da eutanásia e a sua “regulação imediata”, assim como com a laicidade e o “desaparecimento dos privilégios da igreja católico”.

O PSOE incorpora nos seus ideários o fortalecimento de “os valores republicanos”, sem no entanto pedir o fim da monarquia, como alguns tinham defendido no debate preparatório do congresso.

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