Pedro Sánchez está a desenhar o organigrama do Governo e deverá anunciar os nomes que irão formar a sua equipa a meio da semana, de forma a poder realizar a primeira reunião do Conselho de Ministros na próxima sexta-feira, disseram fontes do PSOE (Partido Socialista espanhol) à agência Lusa.
Uma cimeira europeia que se irá realizar em Bruxelas a 28 e 29 de junho é o primeiro destino no estrangeiro que já está fixado na agenda oficial, mas Pedro Sánchez terá de decidir se, como é tradicional, a primeira viagem ao estrangeiro será para visitar Marrocos.
Este foi o primeiro destino escolhido pelos anteriores primeiros-ministros espanhóis – Felipe González, José María Aznar, José Luis Rodríguez Zapatero e Mariano Rajoy -, que também tiveram Paris e Lisboa entre as primeiras deslocações ao exterior.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro português disse no sábado à Lusa que os dois chefes do Governo combinaram um encontro para depois da formação do Governo de Madrid e do regresso de António Costa da deslocação que tem este mês aos Açores e aos Estados Unidos.
O novo primeiro-ministro espanhol aguarda ainda que o Governo português fixe a data de uma reunião em Lisboa sobre as interconexões energéticas que o primeiro-ministro António Costa anunciou para o primeiro semestre do ano, e que contará também com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, e do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker.
A data da habitual cimeira anual bilateral com Portugal ainda não foi anunciada, sabendo-se apenas que este ano cabe a Espanha a sua organização.
Pedro Sánchez prestou juramento no sábado como primeiro-ministro do Governo espanhol perante o rei, Felipe VI, tornando-se o sétimo chefe do executivo da democracia espanhola, depois do sucesso de uma moção de censura.
Na breve cerimónia que se realizou no Palácio da Zarzuela, arredores de Madrid, residência oficial do rei, o também secretário-geral do PSOE prescindiu da presença da Bíblia e do crucifixo, símbolos até agora tradicionais neste tipo de atos oficiais.
Pedro Sánchez, um economista de 46 anos, é o primeiro chefe de Governo que chega ao poder depois ter ganho uma moção de censura, que neste caso afastou o líder do Partido Popular (PP, direita), Mariano Rajoy, presente na cerimónia de sábado.
O Congresso dos Deputados (parlamento) aprovou na passada sexta-feira por 180 votos a favor, 169 contra e uma abstenção a moção de censura que afastou Rajoy e, ao mesmo tempo, investiu o novo primeiro-ministro.
Pedro Sánchez já revelou que vai formar um Governo minoritário com ministros socialistas e independentes, esperando conseguir manter o apoio parlamentar das restantes sete forças políticos, com muitos observadores a terem dúvidas sobre a estabilidade do novo executivo.
A atual legislatura iniciou-se com as eleições de 26 de junho de 2016 e terminará quatro anos depois, em 2020.
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