Este aviso destina-se às empresas afetadas pelos incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande e Góis, a 17 de junho, e vai permitir dar um apoio de 85% a fundo perdido que pode ser usado "para comprar máquinas, equipamentos, reconstrução, grandes reparações e equipamentos informáticos", disse à agência Lusa a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa.
Deste apoio ficam excluídas "empresas que exploram a floresta e a agricultura", com exceção dos casos da indústria transformadora da madeira, que também ficam incluídos neste aviso.
Segundo Ana Abrunhosa, haverá um adiantamento de 25% após a aprovação da candidatura na CCDRC, para que as empresas tenham mais capacidade para fazerem encomendas de material que ficou destruído.
"É um regime muito simples, com um formulário simples", sublinhou.
De empresa a empresa, será apurada a cobertura por parte do seguro, sendo que o prejuízo será determinado pela avaliação dos peritos das seguradoras e, nos casos em que não há esta avaliação, a própria CCDRC disponibiliza um técnico para fazer esse levantamento, aclarou.
Segundo Ana Abrunhosa, o pedido de reprogramação do programa comunitário deve ser enviado ainda hoje ou na sexta-feira para Bruxelas, sendo que, a partir do momento em que é registado o pedido formal de reprogramação, deverá ser aberto o aviso para a submissão de candidaturas.
A reprogramação só deverá estar aprovada por Bruxelas em setembro, mas tal não impede a CCDRC de lançar o aviso, "aprovar candidaturas, fazer adiantamentos e pedidos de pagamento".
Se a candidatura "estiver bem instruída" e já tiver a avaliação dos prejuízos feita por um perito, a aprovação deverá demorar apenas alguns dias.
"Daremos a maior prioridade" a estas candidaturas, cujo aviso vai ser aberto sem prazo para fechar, realçou.
Ana Abrunhosa falava à agência Lusa antes de uma ação de sensibilização junto de empresas, na Câmara de Pedrógão Grande.
Também na sexta-feira, a CCDRC vai dinamizar uma ação semelhante na Câmara de Figueiró dos Vinhos, às 10:00, estando ainda a ser agendada a ação na Castanheira de Pera.
Ao mesmo tempo que são promovidas estas sessões, a CCDRC está "simultaneamente a realizar reuniões individuais com empresas" da zona afetada, acrescentou.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois.
Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.
Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
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