Trata-se de um contributo para as pessoas conhecerem melhor o concelho “naquilo que ele tem de melhor, a sua história, a água das albufeiras do Cabril e Bouçã e a natureza”, disse hoje à agência Lusa Aires Barata Henriques, que produziu “Pedrógão Grande e o Cabril, de encantos mil” em coautoria com Nuno Soares.
Editada pela Câmara Municipal, presidida por Valdemar Alves, a obra é também uma homenagem “a todos quantos lutam pela defesa da floresta e amam a natureza”, bem como “aos que apostam no renascimento do Vale do Zêzere”, devastado pelos fogos e por décadas de êxodo das populações rurais.
Através deste livro, numa edição de 500 exemplares, e de “Pedrógão Pequeno, Jóia do Cabril”, de Aires Henriques e Ema Cruz, editado em 2013, “melhor se revela a beleza e imponência de todo o Vale do Zêzere, a oriente da Serra da Lousã, por onde um dia – que antecedeu o nascimento de Portugal – deambularam heróis reais e se suscitaram as mais fantásticas lendas”.
“Importa-nos sobretudo este livro como firme alicerce de sustentação do património histórico e cultural de Pedrógão Grande, bem como sã achega para uma política de desenvolvimento, progresso e bem-estar local”, escreve Aires Henriques na contracapa.
Na sua opinião, este trabalho monográfico deve servir, designadamente, para apoiar a candidatura de Pedrógão à Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, enquanto “linha de defesa sul do Condado Portucalense”, da qual o concelho passou a fazer parte em 1135. Com 370 páginas, o livro pode ainda reforçar o “trabalho da Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã e dos sete concelhos que a integram”, e o “enquadramento da Rota da Princesa Peralta que, partindo de Conímbriga (Condeixa), acaba em Pedrógão e no Cabril”, entre outras propostas.
“Este trabalho é fruto que nasce da semente que é a História, que devemos aproveitar para nos conhecermos melhor enquanto pedroguenses e, assim, penetrarmos nas nossas raízes e no nosso passado, pois tornamo-nos melhores quando sabemos donde viemos”, afirma o autarca Valdemar Alves, num texto inserido na publicação.
Nuno Soares, por sua vez, salientou à Lusa que “uma obra desta envergadura”, mais dirigida à promoção turística do município, “não existe desde os anos 80” do século XX.
Com “Pedrógão Grande e o Cabril, de encantos mil”, disse, os autores pretendem “colmatar esta lacuna”, tendo recolhido e investigado “tudo o que consideram importante para o concelho”, no norte do distrito de Leiria, onde há um ano deflagrou o incêndio florestal em que morreram 66 pessoas e mais de 200 ficaram feridas.
O livro é apresentado pelo historiador Saul António Gomes, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no salão nobre dos Paços do Concelho de Pedrógão Grande, na terça-feira, feriado municipal, às 17:00.
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