"Aquelas que são a esmagadora maioria [das casas] ainda não têm um tijolo colocado", denunciou hoje o líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares, que falava aos jornalistas após uma reunião, em Vila Facaia, com a associação de vítimas do grande incêndio de 17 de junho em Pedrógão Grande.
Para o líder parlamentar, o Estado demitiu-se da sua função, salientando que a maioria das pessoas ainda não têm a sua casa de primeira habitação recuperada.
"Deve-se perguntar ao Estado quantos cêntimos aqui colocou" na reconstrução das casas, disse, sublinhando que o Estado não pode acorrer às pessoas "só através da solidariedade".
Hugo Soares notou que "há algumas montras para mostrar e fazer propaganda política à custa da solidariedade de outros", fazendo alusão à visita do primeiro-ministro a algumas das casas já reconstruídas.
O líder parlamentar social-democrata considerou ainda que há "uma total descoordenação no terreno" da resposta de apoio psicológico às populações.
Hugo Soares reuniu-se hoje com uma associação florestal em Álvares, concelho de Góis, e com a associação das vítimas, em Pedrógão Grande, tendo feito a visita acompanhado de uma comitiva de deputados social-democratas.
Em Góis, as atenções do líder parlamentar do PSD recaíram sobre as ações na floresta no pós-incêndio, defendendo que o parqueamento da madeira seja assumido pelo Estado e que este coordene essa recolha no terreno, exigindo ainda que o executivo assuma um papel na estabilização dos solos afetados pelos incêndios.
Hugo Soares, que falava após uma reunião com a associação florestal de Góis, referiu que tinha sido anunciado pelo Governo que iam ser construídos "um conjunto de parques" para a madeira queimada, "mas em lado nenhum as pessoas ouviram falar disso e não há equipamento desse género" no terreno.
No início do mês, foi anunciada uma linha de crédito que poderia ser utilizada por organizações de produtores florestais, municípios e outras entidades para criarem parques para a madeira queimada, sendo que também foi já anunciado financiamento que poderia ser utilizado pelas autarquias para a estabilização de emergência dos solos.
Questionado pela agência Lusa, o líder parlamentar do PSD afirmou que deveria ser o Estado a "responder" nos dois casos, recordando o exemplo da Galiza, em que "teve uma intervenção imediata, no que diz respeito à erosão das encostas".
Comentários