Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que lhe foi dada uma explicação, em 17 de agosto, por responsáveis do Governo e das autarquias, que achou que "tinha lógica” e “era bom” os portugueses terem essa informação.

Questionado sobre se é ao Governo que cabe dar essas explicações, o Presidente da República lembrou que existe “uma unidade de missão” a funcionar e coordenadores do trabalho no terreno, apontando, dessa forma, que poderia ser esta a entidade indicada para o fazer.

"Era bom que os portugueses soubessem quem gere o quê", disse Marcelo Rebelo de Sousa, para quem "deve ser explicado aos portugueses que só uma parte dos fundos é gerida pelo Estado e a outra é por outras entidades sociais, por escolha da sociedade civil".

A Unidade de Missão para o Interior, sediada em Pedrógão Grande, é chefiada pelo ex-presidente da câmara de Proença-a-Nova João Paulo Catarino, uma escolha do primeiro-ministro, António Costa, anunciada em julho.

"É possível a quem tem responsabilidades na Unidade de Missão dar esses esclarecimentos", afirmou o chefe de EStado, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro de Apoio Social, em Marvila.

Em 17 de agosto, o Presidente da República e o primeiro-ministro fizeram uma série de reuniões em Pedrógão Grande e outros concelhos afetados pelos incêndios, altura em que Marcelo Rebelo de Sousa recebeu uma explicação que hoje confessou lhe pareceu esclarecedora.

O próprio chefe de Estado ensaiou uma explicação, ainda que sumária, sobre a gestão das verbas, incluindo de donativos de cidadãos.

"O Estado gere dois mil e tal milhões de euros e há outras entidades que gerem fundos canalizados pelo estrangeiro" e de verbas nacionais, explicou.

"A mim foi-me dada uma explicação e eu achei que tinha lógica", disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa, insistindo que era "bom que os portugueses soubessem quem gere o quê".

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.