Até aqui pensava-se que o celacanto tinha uma esperança de vida de cerca de 20 anos, mas, segundo a BBC, novas estimativas sugerem que este peixe é um centenário do oceano, juntamente com os tubarões.

Os investigadores recorreram aos anéis de crescimento presentes nas escamas dos peixes para determinar a idade dos celacantos que, segundo o biólogo marinho Kélig Mahé – da instituição oceanográfica francesa Ifremer, e principal autor do estudo publicado nesta semana na revista Current Biology –, é semelhante à “leitura de anéis de árvores”.

Agora, investigadores franceses acreditam que estes peixes se desenvolvem a um ritmo mais lento e só se reproduzem no final da meia-idade, cerca de 55 anos, quando atingem a maturidade sexual.

Com base no registo fóssil, acreditava-se que estes peixes tinham desaparecido durante a extinção dos dinossauros, no final do período Cretáceo. No entanto, o peixe foi encontrado vivo em 1938 na costa leste da África do Sul.

Os peixes de crescimento lento, que produzem poucas crias, são particularmente vulneráveis às pressões de extinção, como as alterações climáticas e a sobrepesca. Conhecer a história de vida deste peixe pode ajudar a impor medidas de proteção e conservação ainda mais fortes, segundo Bruno Ernande da Universidade de Montpellier, em França.

"Um quadro muito importante para medidas de conservação é poder avaliar a demografia da espécie", explicou à BBC. "Com esta nova informação, estaremos mais aptos a avaliá-la".

Duas populações foram posteriormente descobertas ao largo da costa oriental de África e outra ao largo da costa de Sulawesi, Indonésia. A população africana foi classificada como criticamente ameaçada, restando possivelmente apenas algumas centenas de espécimes.

"Os nossos resultados sugerem assim que [o celacanto] pode estar ainda mais ameaçado do que o esperado devido à sua peculiar história de vida. Consequentemente, estas novas informações sobre a biologia e história de vida dos celacantos são essenciais para a conservação e gestão desta espécie", explica Kélig Mahé.

Os antepassados do celacanto evoluíram há 420 milhões de anos, sobrevivendo à mudança de continentes e à queda de asteroides que exterminou os dinossauros, e podem crescer até 1,8 metros e 90 quilos.

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