Na cidade fronteiriça de Ras al-Ain, pelo menos 10 pessoas morreram num raide aéreo conduzido pelas forças turcas que atingiu uma coluna de veículos composta por civis e jornalistas, precisou a organização não-governamental (ONG).
Num anterior balanço, relativo também às vítimas mortais registadas durante o dia de hoje, o OSDH tinha confirmado 14 civis mortos.
A Turquia lançou na quarta-feira uma operação militar, que inclui alguns rebeldes sírios, contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), grupo que considera terrorista, mas que é apoiado pelos ocidentais para combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
“Estávamos a acompanhar a coluna de civis curdos bombardeada pelas forças turcas ou pelos seus aliados em Ras al-Ain. A nossa equipa está bem, mas colegas morreram”, divulgou, por sua vez, uma jornalista de uma estação de televisão francesa, Stéphanie Perez, na rede social Twitter, mas sem dar mais pormenores.
O OSDH relatou a morte de "um jornalista”, mas, até ao momento, não conseguiu confirmar a identidade ou a nacionalidade do profissional.
A agência noticiosa curda Hawar informou, entretanto, que um dos seus jornalistas no local, identificado como Saad Ahmed, morreu no ataque.
A Hawar, citada pela agência espanhola EFE, avançou ainda que outros sete jornalistas ficaram feridos.
Em cinco dias, ou seja, desde o início da ofensiva turca, pelo menos 104 combatentes curdos e cerca de 60 civis morreram na sequência dos confrontos, segundo o mais recente balanço do OSDH.
A ofensiva turca no nordeste da Síria já provocou cerca de 130 mil deslocados, de acordo com a ONU.
O Ministério da Defesa turco tem afirmado, em diversas ocasiões, que todas as medidas necessárias foram tomadas no âmbito desta operação para evitar baixas civis.
Segundo Ancara, a operação militar que arrancou na quarta-feira visa “os terroristas das YPG e do Daesh [acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico]” e pretende estabelecer uma “zona de segurança” no nordeste da Síria.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.
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